Sonae responsabiliza parceiro por fecho de supermercados em Moçambique

Pedido de insolvência da empresa que tinha três supermercados é justificado com “a degradação das condições económicas”.

Foto
Incursão da Sonae, liderada por Paulo Azevedo, na distribuição em Mocçambique chegou ao fim. NELSON GARRIDO

A sociedade S2, detida em 70% pelos moçambicanos da Satya Capital e em 30% pelo grupo Sonae, encerrou os três supermercados que detinha em Maputo e pediu insolvência, noticiou a Lusa esta terça-feira. O pedido de insolvência é justificado pela “degradação das condições económicas”, mas a Sonae disse ao PÚBLICO que estava disponível para financiar a sua quota-parte do negócio.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A sociedade S2, detida em 70% pelos moçambicanos da Satya Capital e em 30% pelo grupo Sonae, encerrou os três supermercados que detinha em Maputo e pediu insolvência, noticiou a Lusa esta terça-feira. O pedido de insolvência é justificado pela “degradação das condições económicas”, mas a Sonae disse ao PÚBLICO que estava disponível para financiar a sua quota-parte do negócio.

“O processo de insolvência resulta da impossibilidade de reverter a decisão do accionista maioritário de deixar de financiar o plano de negócios da empresa, não obstante termos sempre manifestado a nossa disponibilidade para continuar a financiar a nossa quota parte”, disse fonte oficial da Sonae (proprietária do PÚBLICO).

“Enquanto accionista minoritário, num cenário de cash flows negativos, não nos é possível impedir o desfecho de insolvência da empresa”, acrescentou a fonte, admitindo que “não se prevê, apesar de todos os esforços envidados pela sociedade junto dos financiadores e outros parceiros comerciais, que venham a ser atingidos os níveis necessários para que a presente decisão possa vir a ser revertida".

A notícia da Lusa cita um edital assinado pelo presidente da sociedade, Miguel Seixas, onde este diz que a situação obrigou a pedir a insolvência junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

"Várias foram também as negociações encetadas com potenciais interessados para a aquisição do negócio da sociedade, no entanto, nenhuma oferta foi efectivamente feita, estando as razões para tal ligadas essencialmente aos elevados custos operacionais fixos da mesma, face à actual situação económica do país", lê-se no edital.

A S2 adianta ainda que o processo judicial desencadeado com o pedido de insolvência terminará com o pagamento, "que for possível", das dívidas da sociedade, incluindo os créditos devidos aos trabalhadores.

A Lusa soube junto de fonte próxima de um dos trabalhadores que os salários estarão todos em dia, ficando por liquidar direitos associados ao fim do contrato.

Os três supermercados da S2, que tinham sido adquiridos na sequência da insolvência do anterior proprietário, abriram em 2016.