Ministro visita obras simples de manutenção em Marvila

Os trabalhos rotineiros de manutenção pesada vão ser visitados de madrugada pelo ministro Pedro Marques e pelo residente da IP, António Laranjo

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Ministro visitou, em Setembro, a Linha do Leste, atualmente em curso no troço Elvas - Caia. LUSA/NUNO VEIGA

Na madrugada de 27 para 28 de Setembro, o ministro do Planeamento e da Infraestruturas, Pedro Marques, acompanhado do presidente da Infraestruturas de Portugal (IP, antiga Refer), António Laranjo, vai visitar, de acordo com um comunicado desta empresa, “as obras de beneficiação da superestrutura de via” na linha da Cintura, junto ao apeadeiro de Marvila.

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Na madrugada de 27 para 28 de Setembro, o ministro do Planeamento e da Infraestruturas, Pedro Marques, acompanhado do presidente da Infraestruturas de Portugal (IP, antiga Refer), António Laranjo, vai visitar, de acordo com um comunicado desta empresa, “as obras de beneficiação da superestrutura de via” na linha da Cintura, junto ao apeadeiro de Marvila.

As obras em curso são simples trabalhos de manutenção pesada que eram feitos rotineiramente pela Refer e, anteriormente, pela CP. Trata-se de substituir o balastro, as travessas e os carris, quando estes materiais ultrapassaram o seu período de vida útil. Tecnicamente, os ferroviários chamam-lhe RIV - Renovação Integral de Via.

Neste caso decorrem numa extensão de dois quilómetros entre Chelas e Braço de Prata

Em 1990 a então CP realizou uma renovação integral de via entre Caldas da Rainha e Amieira, numa extensão de 100 quilómetros, no âmbito da sua regular actividade de manutenção. Em 1992 idêntica intervenção foi feita entre Cacém e Caldas da Rainha (88 quilómetros). Nenhuma dessas obras teve qualquer visita governamental.

A intervenção em curso na Linha da Cintura não resolve o constrangimento que existe entre Roma-Areeiro e Braço de Prata, que impede mais ligações entre as linhas do Norte e da Azambuja, o centro de Lisboa e a margem Sul. Tal só será resolvido quando houver um verdadeiro investimento com a quadruplicação deste troço de três quilómetros de via férrea.

O governo tem um curso o Plano de Investimentos Ferrovia 2020 que prevê afectar mais de dois mil milhões de euros à modernização do caminho-de-ferro e à construção de novas linhas, mas o nível de execução é muito baixo e ainda não há grandes obras para visitar.

Segundo o plano apresentado por Pedro Marques em Fevereiro de 2016, neste momento já deveriam estar em execução 17 projectos em todo o país, mas apenas seis estão em obras e todos atrasados em relação à calendarização anunciada. Só a modernização da linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo está em fase de conclusão, faltando ainda a segunda parte até à fronteira com a Galiza, que já deveria estar terminada no primeiro trimestre de 2018, mas cujas obras só começaram há poucas semanas.

As segundas obras mais importantes são o troço Guarda – Covilhã e a variante da Beira Baixa à Beira Alta, que estão com um ano e meio de atraso e que foram recentemente visitadas pelo primeiro-ministro.  

Seguem-se a linha entre Caíde e Marco de Canavezes e um troço de dez quilómetros entre Elvas e a fronteira, ambos com atrasos significativos pois, segundo o Ferrovia 2020, já deveriam estar concluídos.

Quanto à linha do Norte, duas décadas depois de ter sido iniciada a sua modernização, faltam-lhe ainda os troços Ovar-Gaia, Vale de Santarém – Entroncamento e Braço de Prata – Alverca. Nenhum dos três está em obras, mas nos planos do governo não está contemplada uma verdadeira modernização que permita ganhos de velocidade e o encurtamento da viagem entre Lisboa e Porto mas, tão só, uma renovação integral de via.