Bancos puxam valor das casas para novo máximo
Avaliação bancária de imóveis e taxas de juro baixas facilitam acesso ao crédito. Banco de Portugal deu sinais de preocupação e o Governo pede cautela.
Em Agosto, os bancos voltaram a atribuir mais valor aos imóveis que vão financiar. O valor médio de avaliação bancária fixou-se em 1196 euros por metro quadrado (m2), nove euros mais do que no mês anterior. Trata-se do valor mais alto da série estatística, iniciada em 2008.
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Em Agosto, os bancos voltaram a atribuir mais valor aos imóveis que vão financiar. O valor médio de avaliação bancária fixou-se em 1196 euros por metro quadrado (m2), nove euros mais do que no mês anterior. Trata-se do valor mais alto da série estatística, iniciada em 2008.
A avaliação das casas é uma das variáveis a ter influência no montante de crédito a conceder aos particulares, que não tem parado de aumentar. O Banco de Portugal já fez recomendações para travar o crédito de risco e ainda esta semana voltou a deixar um aviso para que se evite uma “euforia” no imobiliário.
Na mesma linha, o secretário de Estado das Finanças pediu cautela na concessão de empréstimos, de forma a não pôr em causa o trabalho feito para tornar as instituições mais sólidas.
Menos preocupados estão os presidentes dos principais bancos, que esta terça-feira consideraram que não há uma bolha imobiliária, avaliando com normalidade o actual ajustamento de preços, depois de anos de pouco investimento imobiliário.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta quinta-feira, mostram, em Agosto, um aumento de 0,8% relativamente a Julho e de 6,6% face ao mesmo mês do ano anterior.
Por segmentos, o valor médio de avaliação dos apartamentos aumentou nove euros, para 1252 euros/m2. Nas moradias, o valor subiu 12 euros para 1102 euros/m2.
A nível regional, a maior subida para o conjunto da habitação registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,4%) e a de menor intensidade no Norte (0,7%).
Em comparação com o mês de Agosto de 2017, o valor médio das avaliações aumentou 74 euros (correspondente a 6,6%), tendo o valor de apartamentos e de moradias aumentado 6,7% e 5,6%, respectivamente. A taxa de variação homóloga mais elevada para o conjunto das avaliações verificou-se no Algarve (9,6%) e a menor no Alentejo (3,6%).
O Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa, a Região Autónoma da Madeira e o Alentejo Litoral apresentaram valores médios de avaliação superiores à média nacional (29%, 23%, 13% e 4% acima do registado para o País, respectivamente). As regiões da Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela e Alto Alentejo foram aquelas que apresentaram os valores mais baixos em relação à média nacional (-30%).