Uma máquina de matar estereótipos
Matam o marido e a filha de Jennifer Garner e ela, por artes mágicas, transforma-se numa máquina de matar.
Peppermint é a segunda apologia do “vigilantismo” a aparecer em poucos meses, depois do remake do Death Wish assinado por Eli Roth e protagonizado por Bruce Willis.
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Peppermint é a segunda apologia do “vigilantismo” a aparecer em poucos meses, depois do remake do Death Wish assinado por Eli Roth e protagonizado por Bruce Willis.
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A história parece tirada a papel químico, e por certo que já se viram acusações de plágio por menos — mas dá para imaginar o pitching que convenceu os produtores a avançar, onde muito provavelmente Peppermint foi resumido como “Death Wish com uma tipa gira no lugar de Charles Bronson”. E o filme é isso: matam o marido e a filha de Jennifer Garner e ela, por artes mágicas, transforma-se numa máquina de matar (ao menos o filme de Roth, que parece um prodígio de subtileza ao pé deste, ainda mostrava os passos titubeantes da conversão de Willis de pacato cirurgião em matador furtivo). Uma máquina de matar o quê? Traficantes de droga, que são todos hispânicos, bigodudos e tatuados — podemos portanto dizer que se trata de uma máquina de matar estereótipos. À medida que Garner avança na “limpeza” da Skid Row de Los Angeles, Pierre Morel vai mostrando imagens da televisão e do “debate” nas “redes sociais” — que, surpresa!, se revelam entusiásticas no apoio às acções da vingadora.
E isto, numa mistura de falta de jeito e sopro do ar do tempo (trumpiano), é toda a “reflexão”, e toda a “ambiguidade”, que o filme tem a propor. Péssimo. Volta, Dirty Harry Callahan, estás mais do que perdoado.