Tancos: ministro deu louvor à Judiciária Militar pela investigação às mortes nos Comandos

Julgamento dos 19 arguidos, todos militares, acusados no processo liderado pelo MP com a colaboração da PJM começa esta quinta-feira em Lisboa.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

A Polícia Judiciária Militar (PJM), visada na actual investigação ao caso das armas de Tancos, foi o órgão de polícia criminal responsável pelo inquérito-crime às mortes de dois instruendos do Curso 127 de Comandos. O julgamento dos 19 arguidos neste processo, todos militares, tem início marcado para esta quinta-feira, na mesma semana em que quatro elementos da PJM, incluindo o seu director, o coronel Luís Vieira, foram detidos. 

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A Polícia Judiciária Militar (PJM), visada na actual investigação ao caso das armas de Tancos, foi o órgão de polícia criminal responsável pelo inquérito-crime às mortes de dois instruendos do Curso 127 de Comandos. O julgamento dos 19 arguidos neste processo, todos militares, tem início marcado para esta quinta-feira, na mesma semana em que quatro elementos da PJM, incluindo o seu director, o coronel Luís Vieira, foram detidos. 

O investigador-chefe da PJM, que coadjuvou o Ministério Público (MP) neste processo, major Vasco Brazão, recebeu uma medalha do ministro da Defesa, José Azeredo Lopes e um louvor “pelo extraordinário desempenho como investigador, chefe de equipa, na PJM”. 

Na portaria do Ministério da Defesa com data de 21 de Julho de 2017, e que consta de uma publicação do Exército de Setembro de 2017, lê-se ainda que, “na qualidade de oficial investigador e autoridade de polícia criminal”, o major da PJM mostrou “notável eficiência, elevada criticidade, frontalidade e ponderação nas diversas acções e diligências de investigação criminal levadas a cabo em coadjuvação directa com o Ministério Público”. A investigação às mortes no curso dos Comandos foi liderada pela procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP).

A portaria acrescenta que “num inquérito com elevado grau de complexidade, grande sensibilidade e constante mediatização”, o investigador-chefe da PJM “demonstrou clarividência, determinação e assinalável capacidade de organização, materializada no volume e qualidade processual apresentada”.

Além disso, refere, a investigação criminal contribuiu de “forma inexcedível para um melhor conhecimento (…) deste órgão de polícia criminal”, cujos serviços prestados contribuíram “significativamente para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão da Polícia Judiciária Militar e do Ministério da Defesa Nacional”.

Entre os detidos pela PJ, nesta terça-feira, está o coronel Luís Vieira, que já era director da PJM quando começou a investigação às mortes dos Comandos, na noite de 4 de Setembro de 2016, quando morreu Hugo Abreu. O soldado Dylan da Silva viria a morrer seis dias depois. 

A investigação durou 10 meses e culminou com a acusação dos 19 militares – entre os quais o director do curso, o comandante de companhia de formação, o médico e instrutores – em Junho de 2017.

O relatório da PJM, à data, referia que “contrariamente e sem motivos foram aqueles de quem se esperava comportamentos dignos, que perpetraram actos ilícitos, culposos e puníveis”. O mesmo entendimento teve o MP e a juíza do Tribunal de Instrução Criminal (TIC), que determinou existirem “fortes indícios” para todos os acusados irem a julgamento.