Na estreia na ONU, João Lourenço lembrou processo de paz em Angola que “é um exemplo”
No dia em que celebra o primeiro aniversário na presidência de Angola, João Lourenço destacou progressos na ONU mas lembra que "há vozes que pedem reformas profundas".
Na sua primeira intervenção na Assembleia Geral da ONU, e no dia em que celebra o primeiro aniversário como Presidente de Angola, João Lourenço destacou a “experiência única” deste país na construção de uma paz duradoura, o que pode servir de exemplo para o resto do mundo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na sua primeira intervenção na Assembleia Geral da ONU, e no dia em que celebra o primeiro aniversário como Presidente de Angola, João Lourenço destacou a “experiência única” deste país na construção de uma paz duradoura, o que pode servir de exemplo para o resto do mundo.
Lourenço aproveitou o discurso para prestar tributo a “duas figuras da política mundial” e "dois filhos de África", Nelson Mandela, antigo Presidente sul-africano, e Koffi Annan, antigo secretário-geral da ONU, que morreu em Agosto.
“Acreditamos que a experiência de Angola na construção da paz e da reconciliação foi positiva para as Nações Unidas e para algumas regiões do mundo”, afirmou o Presidente angolano. “Angola tem uma experiencia única na preservação da paz duradoura”.
Centrando-se naquilo que, para si, deveriam ser as prioridades da ONU, João Lourenço chamou a atenção para questões que "podem pôr em causa a própria sobrevivência da humanidade", como a “fome e miséria, o aquecimento global, as migrações em massa, o tráfico humano, a intolerância religiosa e o extremismo” ou “a proliferação e descontrolo das armas nucleares”. Relativamente a este último aspecto, o Presidente angolano reconheceu os avanços alcançados na “desnuclearização da Península da Coreia”.
Elogiando também o papel da ONU “no fim do colonialismo”, Lourenço disse que a organização está ainda “longe de cumprir o que está na sua carta". Em concreto, o chefe de Estado angolano falou dos “velhos conflitos ainda por resolver”, como por exemplo, entre Israel e Palestina, cuja solução “só pode ser a de dois Estados a conviverem lado a lado e de forma pacífica”. Por isso, diz, "muitas têm sido as vozes que exigem reformas profundas na ONU”.
Apesar disso, “Angola manifesta toda a sua disponibilidade para continuar a apoiar todos os esforços na promoção da cooperação entre as nações todos de todo mundo e na consolidação da paz”.