Negociações económicas do aeroporto do Montijo estão a "chegar ao fim”
A previsão é a de que a infra-estrutura complementar esteja em funcionamento em 2022.
O presidente executivo da ANA-Aeroportos de Portugal informou hoje estarem a "chegar ao fim" as negociações com o Estado sobre a "parte económica" do novo aeroporto do Montijo, cujo início de funcionamento foi apontado para 2022.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O presidente executivo da ANA-Aeroportos de Portugal informou hoje estarem a "chegar ao fim" as negociações com o Estado sobre a "parte económica" do novo aeroporto do Montijo, cujo início de funcionamento foi apontado para 2022.
Na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, Thierry Ligonnière referiu que, depois de encerradas essas negociações, "a ideia é passar o mais rápido possível para a realização" da transformação da actual base militar em infra-estrutura complementar do aeroporto de Lisboa.
Aos deputados, o responsável notou o objectivo da concessionária da gestão de aeroportos de ter reequilíbrio financeiro com este projecto, já que "não precisa de ganhar mais dinheiro, mas não deseja perder dinheiro".
Na equação do Montijo, segundo o responsável, estão ainda a manutenção das "taxas num nível atractivo" e que não haja intervenção financeira do Estado, o que "é desafiante" e as negociações foram demoradas, mas "está a chegar ao fim a parte económica".
O dirigente garantiu ainda que não haverá financiamento do Montijo através de taxas aplicadas a outros aeroportos nacionais.
No Parlamento, o responsável indicou terem sido consideradas outras soluções para um novo aeroporto na zona da capital, mas a escolha foi feita com base no "tempo de realização e custo", afirmando que a infra-estrutura do Montijo deverá "entrar em serviço em 2022".
"Absolutamente fundamental" é que as acessibilidades rodoviárias e fluviais estejam a funcionar a tempo da abertura da infra-estrutura, referiu o presidente executivo, que citou informações das companhias aéreas sobre a sua indisponibilidade de operarem em Alcochete por ser uma zona "longe" de Lisboa.
Thierry Ligonnière informou também sobre o prolongamento a sul da pista do Montijo, sem interferir nas aproximações à pista e zonas industriais, apontando que o projecto "integra uma verba para compensações ambientais".
Já no actual aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com o novo sistema de controlo de navegação aérea, que "deve estar pronto antes do Montijo", a ANA indicou a possibilidade de aumentar o número de movimentos por hora, pelo que deverá ser prolongado o 'taxiway' (parte do asfaltado que permite aos aviões rolar) da pista principal, a 03/21. Essa capacidade de expansão acima da actual média de 38 voos por hora poderá acontecer em 2020, disse.
Em análise está o uso de Porto Santo como plano de contingência para os aviões que não consigam aterrar no Funchal, mas "coloca-se a questão da transferência dos passageiros" até porque, quando as "condições são más para o transporte aéreo, também o são para o marítimo". "A solução está a ser ponderada à luz da capacidade de acolhimento hoteleiro do Porto Santo", acrescentou.
O dirigente da ANA deu conta ainda do aumento da capacidade da pista do aeroporto do Porto, tendo sido atribuído o contrato para esses trabalhos para que se possa "entrar em fase de realização".
"Esta capacidade adicional terá que se reflectir num aumento de capacidade no terminal", indicou Ligonnière, referindo os planos de expansão na área norte da infra-estrutura.
Acerca do tema recorrente dos atrasos no aeroporto de Lisboa, durante esta audição o responsável assumiu que não se está no lugar que gostava nos 'rankings' das pontualidades, mas que é "preciso relativizar" porque se comparam "aeroportos muitos constrangidos com outros vazios".
Na comparação com a Europa, Lisboa "não fica tão mal na foto", referiu o responsável, afirmando a disponibilidade para continuar a trabalhar com os outros intervenientes para "encontrar soluções para aliviar" a falta de pontualidade.