Cinco obras fundamentais de Helena Almeida

As escolhas do curador Delfim Sardo.

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A noiva, 1970

A verdade faz-nos mais fortes

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A noiva, 1970

Instalação de acrílico, madeira, tule sobre tela, baias metálicas e cordões de algodão que esteve exposta recentemente na Culturgest, em Lisboa, em Simultânea, mostra paralela a O Fotógrafo Acidental, exposição que procurava problematizar a utilização do suporte fotográfico no percurso de nove artistas portugueses no activo entre o final dos anos 60 e dos anos 70. É um dos trabalhos que marca a transição da tela para outras tipologias de trabalho.

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A noiva, 1970 Colecção da CGD. Fotografia © DMF

Tela rosa para vestir, 1969

Primeira fotografia em que aparece vestida de tela. Fundamental no percurso da artista, já que marca o momento em que incorpora simbolicamente o suporte habitual da pintura. Para o registo dessa incorporação utiliza a fotografia. Imagem-programa, início de tudo o que fará a seguir formal e conceptualmente, misturando a partir daqui vários meios de intervenção artística, que vão da fotografia à performance.

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Tela Rosa para Vestir, 1969 Col. Fundação Serralves - Museu Arte Contemporânea, Porto. Fotografia: Filipe Braga, © Fundação Serralves

Sente-me, Ouve-me, Vê-me, 1979-1980

Uma peça sonora e duas longas séries de imagens fotográficas. Numa das sub-séries de Ouve-me, o marido de Helena Almeida, Artur Rosa (Lisboa, 1926), aparece pela primeira vez nas imagens da artista, ocasião rara, que só nas últimas séries voltaria a acontecer. Em Ouve-me, em modo storyboard, um material translúcido sai da boca de um e entra no ouvido de outro, dando a entender que a respiração de um comunica com a respiração do outro.

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Sente-me, Ouve-me, Vê-me, 1979-1980 Colecção da Caixa Geral de Depósitos. Fotografia © Laura Castro Caldas/Paulo Cintra

Pintura Habitada, 1975

Trabalhos em que a artista cobre a tela (a imagem) com tinta azul, gesto onde revisita a relação com a pintura, desta feita a partir do interior da tela para o espaço de representação, o espaço real, fora da tela. Neste gesto de abandono e de libertação do suporte onde começou a sua carreira artística, ora usa tinta azul (naquela que é uma das marcas distintivas das suas imagens), ora trespassa ou circula à volta das telas.

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Pintura Habitada, 1975 dr

O Abraço, 2006

Obras de grande escala como de grande investimento emocional da artista, onde surge na imagem com Artur Rosa (Lisboa, 1926). O marido de Helena Almeida — arquitecto, escultor e cúmplice criativo da artista — foi aparecendo cada vez mais ao longo das últimas séries, deixando o lugar de mero captor das fotografias. Uma das interpretações para esta decisão passa pela intenção de Helena Almeida de querer creditar a importância de Artur Rosa no seu percurso artístico. Esta cumplicidade foi partilhada na exposição O Outro Casal, a última exposição de Helena Almeida em Lisboa, que pôde ser vista até 9 de Setembro na Fundação Árpád Szenes/Vieira da Silva.

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O Abraço, 2006 Colecção Helga de Alvear