Albuquerque espera que Venezuela concretize pedido para Portugal acompanhar detidos

Líder do governo madeirense defende que os portugueses têm de defender os seus conterrâneos.

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Miguel Albuquerque LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O presidente do Governo Regional da Madeira disse esta terça-feira esperar que o Governo da Venezuela concretize o pedido do Governo português para que os portugueses detidos sejam acompanhados pelos serviços da Embaixada e do consulado de Portugal naquele país.

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O presidente do Governo Regional da Madeira disse esta terça-feira esperar que o Governo da Venezuela concretize o pedido do Governo português para que os portugueses detidos sejam acompanhados pelos serviços da Embaixada e do consulado de Portugal naquele país.

"A minha expectativa é que isso seja concretizado porque nós temos de apoiar os nossos conterrâneos que estão nessa situação muito difícil", comentou Miguel Albuquerque à margem da 9.ª edição da conferência IEEE - Institute of Electrical and Electronic Engineers, fundado em 1884, nos Estados Unidos.

Produtos escondidos

As declarações de Miguel Albuquerque surgem na sequência da detenção de três dezenas de gerentes de supermercados, portugueses, por violarem a lei, acusados de esconderem produtos aos clientes e alterarem os preços, a meio do programa de recuperação económica que implementaram contra a crise que afecta aquele país sul-americano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse na segunda-feira que teve uma conversa "dura" com o homólogo venezuelano acerca dos portugueses e lusodescendentes presos na Venezuela e definiu uma 'linha vermelha' que poderá desencadear consequências diplomáticas.

Linha vermelha

"Eu disse ao meu colega que, para nós, havia uma 'linha vermelha' e que, evidentemente, não haver progressos na superação deste problema teria consequências nas relações bilaterais", afirmou Augusto Santos Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, acedeu ao pedido português de "acesso imediato aos portugueses detidos por parte das autoridades consulares e embaixada portuguesa" para "lhes ser garantida a devida protecção consular", segundo o ministro português, que falou à imprensa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.