Moção de censura apoiada pela extrema-direita derruba primeiro-ministro da Suécia
As eleições do início de Setembro criaram um impasse governamental na Suécia – a divisão entre esquerda e direita e a recusa em aliar-se à extrema-direita têm impossibilitado a formação de Governo.
Depois de quatro anos no poder, o primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, foi afastado da chefia do Governo na sequência de uma moção de censura apresentada esta terça-feira: 204 deputados votaram contra a continuação de Lofven e 142 votaram a favor. As eleições de 9 de Setembro resultaram num empate entre a esquerda e a direita e ainda não se sabe quem formará o próximo Governo.
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Depois de quatro anos no poder, o primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, foi afastado da chefia do Governo na sequência de uma moção de censura apresentada esta terça-feira: 204 deputados votaram contra a continuação de Lofven e 142 votaram a favor. As eleições de 9 de Setembro resultaram num empate entre a esquerda e a direita e ainda não se sabe quem formará o próximo Governo.
O Parlamento sueco irá propor agora um novo líder num processo que pode demorar semanas. Se houver quatro tentativas falhadas para se formar um novo Governo (ou seja, se quatro nomes propostos para primeiro-ministro não conseguirem formar Governo), serão convocadas eleições antecipadas — algo que nunca aconteceu na Suécia.
O resultado das eleições deste mês deixou um cenário muito difícil para a formação de um Governo maioritário. O centro-esquerda e o centro-direita já afastaram a hipótese de se coligarem, e nenhum dos dois lados está disponível para se juntar à extrema-direita. E, mesmo num cenário de eleições antecipadas, será difícil que haja acordo: as sondagens indicam que os resultados eleitorais não seriam muito diferentes.
O Partido Social-Democrata (centro-esquerda) de Lofven venceu as eleições do início de Setembro com 28,4%, seguido pelo Partido Moderado (conservador), com 19,8%, enquanto o partido de extrema-direita Democratas Suecos (SD) garantiu 17,6% dos votos.
Se algum dos blocos se coligasse com os Democratas Suecos, anti-imigração, de Jimmie Åkesson poderia haver maioria suficiente para formar Governo, mas tanto os líderes da esquerda como da direita prometeram que não negociariam com a extrema-direita. Estas legislativas foram consideradas as mais importantes da Suécia desde há muitos anos pela ameaça da extrema-direita, depois de uma campanha centrada no tema da imigração.
"Faremos de tudo para travar qualquer tentativa de formar Governo, faremos de tudo para derrubar qualquer Governo que não nos dê um peso razoável e proporcional ao nosso eleitorado", afirmou o líder do SD, Akesson.