Serralves: Ana Pinho, uma presidente omnipresente

Ana Pinho chegou a Serralves em 2010, com um currículo feito no sector financeiro e empresarial, e assumiu a presidência da fundação em 2016, impondo um novo estilo de liderança.

Foto
Ana Pinho Nelson Garrido

Quando chegou a Serralves em 2010, para integrar o conselho de administração da fundação, ao qual preside desde 2016, Ana Pinho tinha um currículo essencialmente centrado na banca e nos negócios. Licenciada em Economia pela Universidade do Porto, com um MBA na Cass Business School e um programa de estudos avançados para gestores na London Business School, foi administradora em Portugal e em Espanha do grupo bancário suíço UBS e integrou a direcção de Rui Moreira na Associação Comercial do Porto.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Quando chegou a Serralves em 2010, para integrar o conselho de administração da fundação, ao qual preside desde 2016, Ana Pinho tinha um currículo essencialmente centrado na banca e nos negócios. Licenciada em Economia pela Universidade do Porto, com um MBA na Cass Business School e um programa de estudos avançados para gestores na London Business School, foi administradora em Portugal e em Espanha do grupo bancário suíço UBS e integrou a direcção de Rui Moreira na Associação Comercial do Porto.

Filha do empresário Armando Pinho, presidente do grupo industrial Arsopi, que integrou o primeiro conselho de fundadores de Serralves, Ana Pinho é ainda sobrinha de Ilídio Pinho, fundador da Colep, que posteriormente vendeu a empresa ao grupo RAR, criada por João Macedo e Silva, um dos primeiros e mais importantes mecenas de Serralves. Casada com o actual dono da RAR, João Nuno Macedo Silva, Ana Pinho pertence simultaneamente a duas influentes famílias nortenhas com velhas ligações a Serralves.

Nascida há 50 anos em Vale de Cambra, onde o seu avô, Arlindo Soares de Pinho, fundou a Arsopi, a actual presidente da Fundação de Serralves é ainda administradora do Instituto Cultural Britânico do Porto, gere a imobiliária Anapin e integra a administração de várias sociedades gestoras de participações sociais integradas no grupo empresarial paterno, como a A.P.Invest, a Roe ou a Security. Em meados de 2017 passou a integrar também, como vogal, o conselho de administração da TAP.

Sem particulares ligações à arte contemporânea, não é uma coleccionadora, como os seus antecessores João Marques Pinto ou António Gomes de Pinho, mas o tema tê-la-á interessado o bastante para ter frequentado uma formação ministrada pela leiloeira londrina Sotheby’s, em 1996, e ter assistido também, na própria Fundação de Serralves, a um curso dado por Fernando Pernes em 2000.

Ana Pinho entra para a administração de Serralves em 2010, a convite do então presidente António Gomes de Pinho, quando já deixara o grupo UBS, que entretanto saíra de Portugal. Em 2013 integra a recém-criada comissão executiva da administração, um órgão que irá manter quando assume a presidência da fundação em 2016, sucedendo a Luís Braga da Cruz. Além da própria presidente, os restantes dois administradores com funções executivas são a ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima, designada pelo Governo juntamente com José Pacheco Pereira, e Manuel Ferreira da Silva, um homem da banca com um longo historial na administração do BPI, que deixou após a compra do banco pelo grupo espanhol CaixaBank.

O actual mandato de Ana Pinho, que termina no final deste ano mas pode ser renovado, tem sido marcado por uma intensa presença pública da presidente, que contrasta notoriamente com a generalizada discrição dos seus antecessores. Nas apresentações à imprensa de exposições e outras iniciativas, faz questão de assegurar ela própria uma primeira e detalhada descrição dos programas em causa, só depois completada pelo director artístico, curadores ou outros responsáveis mais directos.

Notícia alterada para corrigir a informação de que caberia ao Conselho de Fundadores reconduzir ou não a presidente. É o próprio conselho de administração que escolhe, entre os seus membros, o presidente e os vice-presidentes.