Duas estreias, um regresso e uma vitória com pretensões a goleada

João Félix marcou e lesionou-se no triunfo do Benfica sobre o Desp. Aves. Jonas entrou e não marcou. “Encarnados” resgataram a liderança da Liga com um volume ofensivo sem tradução no resultado.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Houve três tipos de aplausos dirigidos a João Félix no Estádio da Luz. Os de admiração, depois um drible que desbaratou talento, os de contentamento, no momento do golo inaugural, e os de consolação, quando foi obrigado a sair por lesão. A jóia da coroa “encarnada” não foi o único elemento em destaque no triunfo do Benfica sobre o Desp. Aves (2-0), mas contribuiu para um jogo quase de sentido único, em que os níveis de finalização não estiveram à altura da capacidade de criação. Ainda assim, foi uma vitória mais do que suficiente para repor as “águias” no comando da Liga.

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Houve três tipos de aplausos dirigidos a João Félix no Estádio da Luz. Os de admiração, depois um drible que desbaratou talento, os de contentamento, no momento do golo inaugural, e os de consolação, quando foi obrigado a sair por lesão. A jóia da coroa “encarnada” não foi o único elemento em destaque no triunfo do Benfica sobre o Desp. Aves (2-0), mas contribuiu para um jogo quase de sentido único, em que os níveis de finalização não estiveram à altura da capacidade de criação. Ainda assim, foi uma vitória mais do que suficiente para repor as “águias” no comando da Liga.

Em semana de Liga dos Campeões, e de desgaste acentuado diante do Bayern Munique, Rui Vitória operou duas alterações no “onze” para atacar a 5.ª jornada. João Félix, pois claro, no lugar de Cervi, à esquerda, e Gabriel no corredor central, em vez de Gedson. Manteve-se o 4x3x3, com Seferovic no eixo e Jonas e Castillo no banco.

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Bastaram dois minutos para se perceber que o Desp. Aves não tinha a lição devidamente estudada — ou se a tinha, bloqueou no momento do “exame”. Salvio fez praticamente o que quis pela direita, beneficiando do espaço assegurado pela constante projecção de André Almeida, Pizzi surgiu com muita frequência no apoio a Seferovic, e João Félix, mesmo a léguas de um entendimento eficaz com Grimaldo, desequilibrou pela esquerda graças ao seu virtuosismo.

Os visitantes oscilavam entre o 5x4x1, quando El Adoua recolhia para o meio dos centrais, e o 4x3x3, que assumiam de forma mais clara a posse, uma raridade no primeiro tempo. Foi, por isso, um monólogo o filme que passou na Luz até ao intervalo. Salvio falhou um golo feito aos 2’ e outro aos 24’, em ambos os casos só com o guarda-redes pela frente, Seferovic assustou Beunardeau aos 26’ e 28’, Pizzi viu Rodrigo travar a caminhada da bola para as redes aos 31’.

Na base deste caudal ofensivo estava uma boa reacção à perda e uma circulação rápida, muitas vezes garantida à custa de uma saída de bola vertical, com Gabriel em destaque. O médio brasileiro, muito certeiro no timing e na eficácia do passe, permitiu que Pizzi se adiantasse com espaço para pensar e decidir e ajudou a equipa a apoderar-se do último terço.

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Livescore

Faltava o golo para traduzir o domínio das “águias” e João Félix desbloqueou o marcador aos 34’, com uma finalização de classe que só aconteceu porque Pizzi viu um pouco mais além e foi mais sagaz do que a defesa avense 

O Desp. Aves tremeu (ainda mais) e a barra da baliza também instantes depois, porque Salvio exagerou na pontaria aos 36’, antes de chegar ligeiramente atrasado a um cruzamento que era meio golo.

Para as cabinas, José Mota levava um saco de preocupações e um único remate digno desse nome à baliza de Vlachodimos (Elhouni, aos 44’). Era preciso fazer mais para discutir o jogo, mesmo que isso implicasse subir linhas e elevar o nível de risco. Era preciso obrigar o adversário a errar e recuperar a bola.

Em parte, o objectivo foi conseguido. Mais pressionante, o Desp. Aves ganhou um livre que resultou na defesa da noite, aos 46’ (cortesia de Rodrigo), e esteve muito perto do empate aos 57’, quando Baldé aproveitou um mau passe de Jardel para galgar meio-campo e falhar na cara do guarda-redes.

Pouco depois, José Mota arriscaria ainda mais, ao lançar Derley para o lado de Bruno Gomes, dispondo a equipa em 4x4x2. Mas nessa altura o Benfica já tinha chegado ao 2-0, numa combinação pela direita concluída com alguma felicidade por Franco Cervi. Ele, que acabara de entrar para render João Félix, a contas com uma aparente entorse.

As bancadas da Luz queriam mais e Jonas, de regresso após lesão, entrou para tentar servir o digestivo que os adeptos pretendiam, mas foi Jardel quem esteve perto de marcar. A barra devolveu o 3-0 ao central (80’), mas o 2-0 bastou para devolver a liderança da Liga ao Benfica.