CDS-PP critica Governo por "processo desastrado" com mudança do Infarmed

Partido vai apresentar dois projectos para melhorar gestão na área da saúde.

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LUSA/PAULO NOVAIS

A presidente do CDS-PP disse neste sábado que a decisão do Governo de suspender para já a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto é o desfecho de um processo "mal gerido e desastrado".

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A presidente do CDS-PP disse neste sábado que a decisão do Governo de suspender para já a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto é o desfecho de um processo "mal gerido e desastrado".

"É mais um exemplo de um Governo que anuncia sem estudar", declarou Assunção Cristas aos jornalistas, em Coimbra, a propósito do anúncio do ministro da Saúde, Adalberto Campos Ferreira, na sexta-feira, de que a mudança da sede do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde afinal não está ainda decidida e vai ser avaliada pela comissão da descentralização, que vai decorrer no parlamento.

A presidente do CDS-PP, que interveio neste sábado no encerramento de um colóquio sobre a saúde em Portugal, na Quinta das Lágrimas de Coimbra, disse que o executivo do PS "toma decisões levianamente e depois acaba, muitas vezes, por ter de recuar e fica a dúvida de quais são as motivações, qual é a seriedade e qual é o sustento" dessas medidas.

"É um processo mal gerido, desastrado, incongruente e, infelizmente, num padrão que vamos conhecendo neste Governo em várias áreas", afirmou.

Assunção Cristas também anunciou que o CDS vai apresentar na segunda-feira, na Assembleia da República, dois projectos de lei na área da saúde que visam melhorar os resultados e promover a autonomia e a responsabilização ao nível da gestão hospitalar.

Falando no encerramento do encontro de Coimbra, a líder do CDS-PP explicou que o objectivo é incentivar a "capacidade e a criatividade para termos melhores soluções na gestão hospitalar". Na sua opinião, é necessário o país "olhar para a forma como os recursos são organizados", bem como avaliar "os resultados alcançados" o que justifica a preparação de um dos dois diplomas que serão entregues no Parlamento.

Por outro lado, o segundo projecto legislativo radica no facto de "estar a falhar muito a autonomia para os hospitais poderem trabalhar", adiantou Assunção Cristas. "Sem autonomia, não há responsabilização", afirmou a líder centrista.

Os projectos "visam favorecer a autonomia dos conselhos de administração para que possam trabalhar com mais eficiência", declarou aos jornalistas no final da sessão. Os hospitais "estão dependentes do centralismo" e o CDS, com estas iniciativas legislativas, pretende "dar-lhes autonomia e também responsabilidade", designadamente na "contratação de médicos, enfermeiros e auxiliares".

Assunção Cristas frisou que o partido quer "tornar o financiamento ligado aos resultados" obtidos "no tratamento da doença, incentivando todos os hospitais que têm melhor resultados a poderem prosseguir". Por outro lado, é necessário apoiar "aqueles que têm piores resultados com uma equipa que possa trazer as melhores práticas e ajudar a superar as dificuldades", defendeu.