Está "por dias" a abertura das escadas rolantes no Martim Moniz

Obra nas Escadinhas da Saúde "está na fase final" e visa garantir, segundo a EMEL, a acessibilidade suave entre a Baixa e a colina do Castelo.

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Está “por dias” a abertura das escadas rolantes nas Escadinhas da Saúde, entre a Praça de Martim Moniz e a Rua Marquês de Ponte de Lima. Inseridas no Plano de Acessibilidade Suave e Assistida à Colina do Castelo, estas escadas estiveram em obras mais de um ano e meio, com interrupções, e devem abrir ao público muito brevemente.

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Está “por dias” a abertura das escadas rolantes nas Escadinhas da Saúde, entre a Praça de Martim Moniz e a Rua Marquês de Ponte de Lima. Inseridas no Plano de Acessibilidade Suave e Assistida à Colina do Castelo, estas escadas estiveram em obras mais de um ano e meio, com interrupções, e devem abrir ao público muito brevemente.

É essa a garantia da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), responsável pelos trabalhos e que, após quatro meses de insistência, respondeu ao PÚBLICO sobre a situação do dito plano de acessibilidade à colina do Castelo. “A obra das Escadinhas da Saúde, ao Martim Moniz, está na fase final de trabalhos, estando a sua abertura prevista por dias”, disse fonte oficial da empresa.

Quando a câmara de Lisboa anunciou a criação destes percursos, em 2015, a intenção era ter três lanços de escadas rolantes – um entre o Martim Moniz e a Rua Marquês de Ponte de Lima, outro daí até à Costa do Castelo e um terceiro que chegasse ao castelo propriamente dito. O único que está pronto é o primeiro, que permitirá, de acordo com a EMEL “a melhoria da mobilidade pedonal” entre a zona baixa da cidade e a Mouraria.

Do plano faziam ainda parte outras ligações, os chamados percursos da Graça e da Sé. A concretização de ambos atrasou-se por terem sido encontrados importantes vestígios arqueológicos nos locais.

Junto ao miradouro Sophia de Mello Breyner, na Graça, local onde deverá desembocar um funicular, achou-se uma parte do alambor da Muralha Fernandina, considerado por especialistas medievais e pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) uma estrutura única e de “inequívoco valor”. O projecto, da autoria do arquitecto João Favila Menezes, teve de ser revisto mais do que uma vez por forma a não afectar o monumento.

A EMEL diz que “está em curso o início da realização de escavações arqueológicas na gare inferior” do funicular, que se situa na Rua dos Lagares, na Mouraria. Só depois desses trabalhos é que será lançado o concurso público “para a construção efectiva do funicular”, explica a mesma fonte.

O percurso da Sé também está enguiçado. Este será composto por um elevador entre o Campo das Cebolas e a catedral lisboeta, também desenhado por João Favila, que deveria estar a funcionar há cerca de um ano. No entanto, apenas a primeira fase da obra – a escavação do poço de elevador – está concluída. “Para passar à segunda fase da empreitada, que consiste na construção do elevador, realizou-se um procedimento de contratação através da plataforma de compras públicas que a EMEL utiliza, que está em curso”, explica fonte da empresa. Mas “um dos concorrentes apresentou impugnação de uma fase desse processo, estando a EMEL aguardar decisão por parte das entidades competentes para continuar a avançar com o processo.”

Actualmente estão concluídos dois dos percursos inicialmente previstos para a colina do Castelo. O da Baixa, com um elevador entre a Rua dos Fanqueiros e o Largo do Caldas e outro, panorâmico, entre o Chão do Loureiro e a Costa do Castelo. E o de Alfama, também com um ascensor entre a Rua Norberto de Araújo, no coração deste bairro, e o Miradouro de Santa Luzia, pouco acima.