Governo convocou embaixador da Venezuela devido à detenção de portugueses e luso-descendentes

Foram detidos 38 gerentes de supermercados portugueses na Venezuela por alegada especulação na fixação de preços. Muitos deles são portugueses ou luso-descendentes.

Foto
EPA/Miguel Gutierrez

O embaixador venezuelano em Lisboa foi convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), nesta sexta-feira, para um encontro, com o objectivo de “transmitir a grande preocupação" pela detenção, na Venezuela, "de 38 gerentes de duas cadeias de supermercados portugueses”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O embaixador venezuelano em Lisboa foi convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), nesta sexta-feira, para um encontro, com o objectivo de “transmitir a grande preocupação" pela detenção, na Venezuela, "de 38 gerentes de duas cadeias de supermercados portugueses”.

Em comunicado, o MNE informa que dos 38 gerentes detidos inicialmente, 34 ainda não foram libertados, sendo que muitos deles são portugueses ou luso-descendentes.

Em Agosto deste ano, foram iniciados procedimentos sancionatórios contra três redes de supermercados de portugueses na Venezuela por alegada especulação na fixação de preços, após a reconversão monetária, que eliminou cinco zeros ao bolívar forte, que substituiu pelo bolívar soberano. Os supermercados continuaram a praticar os valores de venda ao público que se registavam em Abril, em vez de os terem adaptado à nova moeda.

No encontro com o diplomata venezuelano, o Governo português salientou “o valioso contributo que a significativa comunidade portuguesa e luso-descendente na Venezuela vem dando ao desenvolvimento do tecido empresarial do país” e a integração da comunidade de portugueses no país, “conhecida pela sua capacidade de trabalho e pelo respeito pela ordem jurídica”, lê-se no comunicado.

Acrescenta-se ainda que “as mesmas preocupações” foram transmitidas ao Ministro para as Relações Exteriores da Venezuela, na quinta-feira.