"Isto é tudo muito poucochinho", diz José Eduardo Martins

Em entrevista à revista Visão, o candidato do PSD à Assembleia Municipal de Lisboa nas últimas autárquicas assume que não quer lugares nem favores.

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José Eduardo Martins ao lado de Teresa Leal Coelho Miguel Manso

É apresentado, logo nas primeiras linhas da entrevista, como "o contestatário de serviço no PSD". Ainda antes da primeira pergunta também diz, para que fique claro, que não quer avançar para a liderança do partido. Nem pensar. "Se quisesse, não dava entrevistas destas". A revista Visão, na sua edição desta quinta-feira, dedica seis páginas a José Eduardo Martins, o advogado que foi deputado e secretário de Estado do Ambiente e que acha que "isto é tudo muito poucochinho para o PSD".

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É apresentado, logo nas primeiras linhas da entrevista, como "o contestatário de serviço no PSD". Ainda antes da primeira pergunta também diz, para que fique claro, que não quer avançar para a liderança do partido. Nem pensar. "Se quisesse, não dava entrevistas destas". A revista Visão, na sua edição desta quinta-feira, dedica seis páginas a José Eduardo Martins, o advogado que foi deputado e secretário de Estado do Ambiente e que acha que "isto é tudo muito poucochinho para o PSD".

A frase vem a propósito da reacção de Rui Rio à taxa proposta pelo Bloco de Esquerda para combater a especulação imobiliária. "Não estou a dizer que somos favoráveis àquilo que possa vir a ser proposto pelo Bloco de Esquerda, mas agora não rejeito liminarmente, não é assim uma coisa tão disparatada", assumiu Rio.

A resposta de José Eduardo Martins inclui as palavras boutade e gaiteiro. "Com todas estas dúvidas preenche-se a agenda política com uma boutade, a reboque de uma iniciativa do partido mais gaiteiro que a política nacional já produziu? Ai, isto é tudo muito poucochinho para o PSD".

O advogado que organiza festivais - "é algo que me põe os pés na terra" - e que também é comentador - "serve-me para desabafar" - não está contente com o rumo que o seu partido ("dele não saio") leva e assume-o com frontalidade. "A primeira coisa que não me entusiasmou foi o resultado do congresso e as suas escolhas. Houve uma incapacidade absoluta de se sair fora da caixa", refere.

Mas há mais. "Acho que esta direcção, e em particular o dr. Rui Rio, gosta bastante de mostrar à rua que dá umas cotoveladas nos seus. Tenho muita dificuldade em perceber a utilidade disso. É um sinal de fraqueza", defende. "A quezília é como a pastilha elástica: entretém, mas não alimenta".

As farpas são uma constante ao longo da entrevista, para o líder mas não só. "Gosto de dizer o que penso e não me escondo. Conheço pessoas que dizem do dr. Rio o triplo do que eu digo. Mas como ainda não perderam a esperança de serem deputados ao Parlamento Europeu ou de entrar numa listinha qualquer, fazem-no pelas costas". É o mesmo que dizer que a frontalidade tem custos. E tem, reconhece. "Ficamos de fora".

Há quase uma semana, José Eduardo Martins bateu com a porta em Lisboa, e deixou o cargo para que tinha sido eleito em 2017 na assembleia municipal. "Estava mortinho de vontade" para o fazer, admite, assumindo também que "falta oposição" em Lisboa. "Os vereadores esforçam-se bastante, a Teresa (Leal Coelho) e o João Pedro Costa são muito empenhados - mas isso não chega. Fernando Medina está um pouco como António Costa: à solta".