Autocarros terão sempre prioridade na Fernão de Magalhães arborizada
Obra na Avenida de Fernão de Magalhães vai prolongar-se por 540 dias. Via exclusiva para autocarros de alta qualidade e arborização fazem parte da empreitada.
A Avenida de Fernão de Magalhães, no centro do Porto, vai estar em obras durante cerca de um ano e meio. São previsíveis constrangimentos para moradores e comerciantes, mas o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, pede compreensão, garantindo que o resultado valerá a pena. No final, a via estruturante terá árvores e um corredor exclusivo para autocarros de alta qualidade, com um uso de semáforos que dará sempre prioridade ao transporte público, à semelhança do que já acontece com o metro.
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A Avenida de Fernão de Magalhães, no centro do Porto, vai estar em obras durante cerca de um ano e meio. São previsíveis constrangimentos para moradores e comerciantes, mas o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, pede compreensão, garantindo que o resultado valerá a pena. No final, a via estruturante terá árvores e um corredor exclusivo para autocarros de alta qualidade, com um uso de semáforos que dará sempre prioridade ao transporte público, à semelhança do que já acontece com o metro.
Na próxima semana, quem passar na Fernão de Magalhães, entre o Campo de 24 de Agosto e o Jardim de Paulo Vallada, já deverá começar a ver a preparação para o arranque da obra na avenida. É este o primeiro dos quatro troços, até à Praça de Francisco Sá Carneiro, a ser intervencionado. É por aqui que irão começar os trabalhos gerais orçados em mais de cinco milhões de euros e que, a cumprirem-se os prazos, só estarão concluídos ao cabo de 540 dias.
A intervenção prevê a instalação de um corredor exclusivo para autocarros de alta qualidade. Essa via não será linear, já que, segundo a vereadora dos Transportes, Cristina Pimentel, terá um carácter “variável ao longo da avenida”. “Em algumas zonas é lateral e noutra é central”, disse. Certo é que vai percorrer toda a extensão de 1,6 quilómetros a receber obra.
O novo corredor vai ser acompanhado de paragens diferentes das habituais, sobreelevadas, que facilitarão o acesso aos autocarros. Mas, a maior inovação prende-se com um uso de semáforos que, como explicou o director municipal da Mobilidade e Transportes, Manuel Paulo Teixeira, na apresentação que decorreu ontem na câmara, irá dar “prioridade ao autocarro sobre o tráfego automóvel em todas as intercepções”. Será sistema “idêntico ao do metro de superfície, mas desenvolvido para autocarro”, explicou.
Este sistema será, por enquanto, aplicado apenas nesta artéria, mas Cristina Pimentel não excluiu que, no futuro, possa vir a ser utilizada noutras vias, sobretudo nos eixos mais importantes de entrada e saída da cidade. Para já, disse, estão a ser “estudadas outras zonas da cidade onde este sistema de prioridade é desejável”. A Rua do Amial poderá ser uma das próximas a receber este sistema.
A obra da Avenida de Fernão de Magalhães é a mais importante de um pacote de intervenções que a Câmara do Porto se propõe realizar até ao final do primeiro semestre do próximo ano. Ao todo estão previstas intervenções em 30 arruamentos, num orçamento global de cerca de dez milhões de euros — mais de metade dos quais para Fernão de Magalhães. Entre as obras mais importantes que deverão avançar nos próximos tempos estão, além desta, as das ruas de Serralves, Bonjardim, Guedes de Azevedo e Fernandes Tomás.
De acordo com o balanço apresentado à comunicação social pelo director municipal, em 2017 a Câmara do Porto investiu cerca de cinco milhões de euros em 40 obras de repavimentação e melhoria de acessibilidades que beneficiaram 48 arruamentos. Além disso, nesse ano, foi preciso fazer ainda cerca de 1600 intervenções correctivas na cidade, que custaram ao município mais cerca de 200 mil euros.
Este ano, e até Setembro, as intervenções passaram já por 21 arruamentos, em 15 obras com um custo avaliado em cerca de três milhões de euros.
No caso da Avenida Fernão de Magalhães, Manuel Paulo Teixeira salientou que, além da melhoria das condições de mobilidade, pretende-se também “devolver as condições de urbanidade àquele tramo da artéria”. O director municipal explicou que a divisão da empreitada em quatro fases pretende minimizar os constrangimentos esperados — nomeadamente, permitindo “desvios de trânsito com o conforto possível e mantendo sempre a circulação no sentido ascendente pelo menos numa via”. A informação a prestar a moradores e comerciantes sobre a intervenção poderá ser, em alguns casos, feita “porta a porta”, garantiu ainda.