Corticeira nega assédio a funcionária

Acusações de Cristina Tavares, que se diz obrigada a carregar a mesma palete 30 vezes por dia, "não correspondem à verdade", garante empresa de Santa Maria da Feira.

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Adriano Miranda

A corticeira Fernando Couto em Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, nega qualquer prática de assédio moral sobre a funcionária Cristina Tavares, que se queixou de ser obrigada a carregar e a descarregar sempre os mesmos sacos de rolhas numa palete, numa tarefa improdutiva que se repete cerca de 30 vezes ao dia e que se mantém desde que, em Abril, reintegrou os quadros da empresa por decisão judicial.

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A corticeira Fernando Couto em Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, nega qualquer prática de assédio moral sobre a funcionária Cristina Tavares, que se queixou de ser obrigada a carregar e a descarregar sempre os mesmos sacos de rolhas numa palete, numa tarefa improdutiva que se repete cerca de 30 vezes ao dia e que se mantém desde que, em Abril, reintegrou os quadros da empresa por decisão judicial.

“As recentes acusações por parte da funcionária não correspondem à verdade e contêm factos deturpados que servem apenas o propósito de criar uma campanha difamatória para com a empresa que põe em causa o bom nome e a honorabilidade desta”, contra-argumentou a empresa, num comunicado emitido nesta quarta-feira à tarde . O assunto está “a ser tratado internamente com o departamento jurídico”, o qual procurará “solucionar a questão de forma pacífica e breve”, acrescentou.

Durante a manhã, cerca de 20 funcionários da Fernando Couto tinham-se concentrado às portas da empresa, numa acção de solidariedade para com a entidade patronal. “A Fernando Couto-Cortiças S.A, que opera há mais de 45 anos no mercado, tem nos seus quadros 25 trabalhadores dos quais cerca de 70% estão nos quadros há mais de 20 anos, demonstrando extrema satisfação e orgulho na empresa que representam”, sublinharam os responsáveis da corticeira no referido comunicado, garantindo que a paralisação de solidariedade “foi voluntária”.

Cristina Tavares alega ainda que foi impedida de utilizar as instalações sanitárias comuns, além de ter sido afastada da interacção com os colegas de trabalho.

A funcionária tinha sido despedida, em 2017, por extinção do posto de trabalho que ocupava desde há nove anos. Intentou uma acção judicial contra a empresa e o Tribunal da Relação do Porto deu-lhe razão, obrigando a empresa a reintegrá-la no seu posto, o que aconteceu em Maio.

Desde então, Cristina Tavares diz-se vítima de assédio moral, nomeadamente por estar obrigada a desempenhar tarefas pesadas desaconselhadas pela própria medicina do trabalho na empresa. Ao final da tarde, o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte promete explicar, em conferência de imprensa, os contornos deste caso.