Há 17 anos que não entravam tantos emigrantes no ensino superior em Portugal
Concurso de acesso deste ano teve 324 portugueses residentes no estrangeiro colocados. Número triplicou desde 2013.
O número de estudantes com nacionalidade portuguesa que vivem no estrangeiro que entraram no ensino superior em Portugal foi o mais elevado desde 2001. Ao todo, 324 emigrantes encontraram um lugar num curso de uma universidade ou politécnico públicos, através do concurso nacional de acesso, que tem um contingente destinado a emigrantes portugueses e seus familiares.
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O número de estudantes com nacionalidade portuguesa que vivem no estrangeiro que entraram no ensino superior em Portugal foi o mais elevado desde 2001. Ao todo, 324 emigrantes encontraram um lugar num curso de uma universidade ou politécnico públicos, através do concurso nacional de acesso, que tem um contingente destinado a emigrantes portugueses e seus familiares.
Estes 324 candidatos colocados este ano são mais do triplo dos que entraram em 2013. Desde então, o acesso de emigrantes portugueses ou luso-descendentes no ensino superior nacional não tem parado de crescer. Como sublinha o Governo num comunicado divulgado nesta terça-feira, esta é também a primeira vez, desde 2011, que todos os candidatos emigrantes que se candidataram ao superior foram colocados através do contingente a eles dedicado no concurso nacional de acesso.
O maior número de emigrantes que vem estudar para Portugal chega de França (67), onde está a maior comunidade portuguesa no estrangeiro. Os outros dois países de proveniência mais representados são o Brasil (47) e a Venezuela (42). Ambos duplicaram o número de colocados no concurso nacional de acesso face ao ano passado.
Além de serem países que têm, historicamente, grandes comunidades de luso-descendentes, estão os dois a passar por crises económico-sociais, que justificam este aumento do interesse pela frequência de um curso superior em Portugal. De resto, no comunicado em que anuncia estes dados, o Governo sublinha que os ministérios da Ciência e Ensino Superior e dos Negócios Estrangeiros têm trabalhado no último ano para “criar condições que respondessem às necessidades e aspirações da comunidade luso-venezuelana que se tem fixado em Portugal”.
As áreas mais procuradas pelos luso-descendentes são as Engenharias e das Tecnologias da Informação e Comunicação, bem como Direito e os cursos da área da Saúde. As instituições que mais candidatos recebem são as das duas principais cidades do país, com destaque para a Universidade do Porto, onde entraram 81 emigrantes, a Universidade de Lisboa (57) e a Universidade Nova de Lisboa (39).
Na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior deste ano foram colocados 43.992 estudantes, menos 922 do que no ano anterior. O número de novos alunos diminuiu depois de quatro anos a crescer. Neste momento – e até ao próximo sábado – decorre a 2.ª fase de candidaturas, à qual já concorreram até agora mais 12.952 estudantes.