Enfermeiros esperam "adesão em massa" a greve nacional marcada para esta semana
Os seis sindicatos de enfermeiros que marcaram a paralisação consideram a proposta do Governo "totalmente inaceitável" e esperam uma nova.
Os sindicatos dos enfermeiros esperam uma "adesão em massa" à greve nacional conjunta marcada para dias 20 e 21, exigindo ao Governo uma nova proposta de revisão das carreiras.
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Os sindicatos dos enfermeiros esperam uma "adesão em massa" à greve nacional conjunta marcada para dias 20 e 21, exigindo ao Governo uma nova proposta de revisão das carreiras.
A greve foi marcada pelas seguintes estruturas: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses; Sindicato dos Enfermeiros; Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem; Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal; Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira.
Em reuniões negociais que ainda vão decorrer na terça-feira e na quarta-feira, os seis sindicatos esperam uma nova proposta, afirmando que a que o Governo pôs em cima da mesa "é pior" do que a anterior, que já era "demasiado pontual" e "não concretizava compromissos assumidos" pelo executivo.
"A valorização salarial de toda a grelha" é a principal exigência dos enfermeiros, afirmou à Lusa a porta-voz dos seis sindicatos, Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), no final da conferência de imprensa que se realizou nesta segunda-feira.
Outro dos aspectos que querem ver aplicado às carreiras é o suplemento atribuído aos enfermeiros com funções especializadas, que depois de meses de greve conseguiram no ano passado que o Governo lhes atribuísse um subsídio de função no valor de 150 euros. O problema, afirmou a sindicalista, é que "o Governo assumiu que esse suplemento seria transitório até à revisão da carreira e depois seria revisto, mas o mesmo Governo quer agora transformá-lo em definitivo, o que está muito longe da valorização dos especialistas".
Numa nota de imprensa, os seis sindicatos classificam a proposta enviada pelo Governo como "totalmente inaceitável", lamentando que esta mantenha a actual carreira dividida em apenas duas categorias (enfermeiro e enfermeiro principal) e não apresente uma proposta de grelha salarial que "perspective a valorização dos enfermeiros conforme prevê o protocolo negocial acordado com os sindicatos".
Além da questão salarial e da valorização dos enfermeiros especialistas, os sindicatos querem que o Governo apresente novas propostas para outras reivindicações que têm em cima da mesa, nomeadamente em relação às condições de acesso à aposentação voluntária dos enfermeiros (os sindicatos querem que sejam os 35 anos de serviço e 57 de idade como base inicial para negociação) e que "sejam incluídas medidas compensatórias da penosidade da profissão, nomeadamente, compensação resultante do trabalho por turnos".
Em Agosto os enfermeiros realizaram cinco dias de greve, paralisação marcada por outros dois sindicatos por causa da demora do processo negocial, e têm realizado várias greves locais.