Serena Williams insiste que há sexismo no ténis

A tenista critica o status quo na modalidade: "Se és mulher só podes fazer metade do que um homem faz”.

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A polémica entre Serena Williams e o árbitro português dividiu os fãs do desporto Reuters/USA Today Sports

Serena Williams insiste que há diferenças de tratamento entre mulheres e homens no mundo do ténis. E classifica o que lhe sucedeu na final do US Open, durante a qual foi admoestada pelo árbitro Carlos Ramos, resulta do sexismo que existe na modalidade. Em entrevista ao canal australiano Channel 10, a tenista norte-americana reagiu ao incidente que protagonizou com o árbitro, de nacionalidade portuguesa, e voltou a afirmar que não recebeu orientações do  treinador, apesar de o próprio ter assumido que as estava a dar. Serena argumenta que a atitude que teve em campo era ela a “lutar pelos direitos das mulheres”.

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Serena Williams insiste que há diferenças de tratamento entre mulheres e homens no mundo do ténis. E classifica o que lhe sucedeu na final do US Open, durante a qual foi admoestada pelo árbitro Carlos Ramos, resulta do sexismo que existe na modalidade. Em entrevista ao canal australiano Channel 10, a tenista norte-americana reagiu ao incidente que protagonizou com o árbitro, de nacionalidade portuguesa, e voltou a afirmar que não recebeu orientações do  treinador, apesar de o próprio ter assumido que as estava a dar. Serena argumenta que a atitude que teve em campo era ela a “lutar pelos direitos das mulheres”.

Na entrevista ao canal australiano, citada no site desportivo australiano Nine e que será exibida no próximo domingo, Serena Williams voltou a garantir que respeitou as regras do jogo. Desmente ainda que tenha recebido indicações do treinador (que é proibido pelas regras da modalidade), Patrick Mouratoglou, durante a final do US Open, mas Mouratoglou já tinha admitido que estava de facto a dar orientações para dentro do campo, o que suscitou a primeira advertência à tenista.

“Ele [Mouratoglou ] disse que fez um gesto, mas não entendo do que estava a falar. Nunca tivemos sinais”, garante a tenista, que voltou a acusar o árbitro de sexismo. “Não entendo. Se és mulher só podes fazer metade do que um homem faz”, afirmou. “É importante que defendas aquilo em que acreditas, Especialmente se afecta o futuro e pode afectar pessoas no futuro. É sobre isso que se trata esta discussão”, argumentou.

“Eu empenho-me muito, muito no meu jogo. E trabalho bastante no meu negócio de moda. E estou a empenhar-me bastante em ser mãe”, disse.

Williams foi derrotada na final daquele Grand Slam pela japonesa Naomi Osaka, num jogo em que também perdeu a cabeça depois das advertências e das penalizações aplicadas pelo juiz. A tenista não gostou das advertências e da penalização de que foi alvo, acusou o árbitro de sexismo, chamou-lhe "mentiroso" e "ladrão" e disse-lhe que ele “nunca mais” iria arbitrar um encontro em que ela participasse. Foi multada em dez mil dólares (8641 euros) por abuso verbal contra o árbitro, quatro mil (3456 euros) por receber instruções do treinador e três mil (2592 euros) por partir uma raquete.

A decisão do árbitro português foi defendida pela Federação Internacional de Ténis. “Carlos Ramos é um dos árbitros mais experientes e respeitados no ténis. As decisões estavam de acordo com as regras pertinentes e foram reafirmadas com a decisão da organização do US Open em multar Serena Williams pelas três ofensas que fez”, disse em comunicado.

Também a presidente da Federação norte-americana de ténis, Katrina Adams, recuou nas suas críticas a Carlos Ramos e pediu desculpa, e reconheceu que as penalizações do técnico foram bem aplicadas.