Líder do PP espanhol quer relançar TGV entre Lisboa e Madrid
Pablo Casado reuniu-se com Rui Rio e, além do investimento na ferrovia, defendeu a urgência da construção das interconexões energéticas de Portugal e Espanha com a França.
O líder do Partido Popular (PP) espanhol considera que o relançamento do projecto de construção de uma linha ferroviária de alta velocidade (TGV) entre Madrid e Lisboa é prioritário e elogiou os contributos do PSD nesta questão. Pablo Casado falava numa conferência de imprensa conjunta com o presidente social-democrata português, que não se referiu depois a esta posição transmitida pelo líder do PP espanhol.
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O líder do Partido Popular (PP) espanhol considera que o relançamento do projecto de construção de uma linha ferroviária de alta velocidade (TGV) entre Madrid e Lisboa é prioritário e elogiou os contributos do PSD nesta questão. Pablo Casado falava numa conferência de imprensa conjunta com o presidente social-democrata português, que não se referiu depois a esta posição transmitida pelo líder do PP espanhol.
"Aqui, desde Lisboa, reclamo que avance a alta velocidade ibérica, ligando Madrid e Lisboa, permitindo à capital portuguesa estar no corredor transeuropeu, onde se encontram cidades como Paris e Bruxelas. Tanto o PSD, como o PP de Espanha avançaram muito neste processo", advogou o político espanhol. As lideranças do PSD de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes defenderam este projecto de construção do TGV, mas a posição dos sociais-democratas não se manteve com as presidências posteriores a Manuela Ferreira Leite.
Na conferência de imprensa, o líder do PP de Espanha também defendeu a urgência da construção das interconexões energéticas de Portugal e Espanha com a França, quer através dos Pirenéus (a nordeste), quer através do Golfo da Biscaia (a norte). "Não podemos ser uma ilha energética, porque isso prejudica a nossa competitividade", argumentou.
Pablo Casado atacou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, do ponto de vista das suas prioridades diplomáticas. "Gostaria que o senhor Sánchez visitasse Portugal, porque tradicionalmente as primeiras visitas dos presidentes dos governos de Espanha são a França, Marrocos e Portugal, os países com quem temos vizinhança", disse.
O líder do PP defendeu ainda a definição de "um projecto de centro-direita forte" antes das próximas eleições europeias de Maio.
Rio considera prioritária a concretização da União Bancária Europeia
"Todos os países europeus devem procurar esse equilíbrio orçamental, algo que é vital. Se querem gastar mais, então têm de produzir mais. Mas não podemos gastar mais do que aquilo que produzimos; já deu mau resultado no passado e dará sempre mau resultado no futuro", advertiu.
Nas questões relativas às pressões migratórias no continente europeu, enquanto Pablo Casado voltou a acusar o Governo socialista espanhol de "irresponsabilidade", Rui Rio observou que Portugal não tem sido directamente afectado por este fenómeno. No entanto, deixou uma advertência: "A unidade europeia pode estar em causa se não existir um acordo à escala europeia sobre a forma como todos os países vão tratar este problema." "Em relação às tensões com o leste [europeu], penso que temos de possuir a capacidade para conseguir ultrapassá-las", disse.
Durante a conferência de imprensa, o presidente do PSD não chegou a pronunciar-se sobre a situação na Hungria e a possibilidade de aplicação de sanções a este Estado-membro, porque a pergunta partiu da imprensa espanhola e apenas foi dirigida a Pablo Casado. Que manifestou cautelas face à aplicação de eventuais sanções, começando por defender que o Parlamento Europeu não é o órgão que resolve sobre processos de sanções. Porém, invocou a história recente, dizendo que o Governo de Budapeste nunca deu qualquer abertura ao independentismo catalão.
"Quando os independentistas catalães tentavam criar embaixadas em outros países ou levar resoluções ao Parlamento Europeu, tentando internacionalizar o conflito, a Hungria foi dos países que sempre respeitaram a soberania do Reino de Espanha. É uma questão de reciprocidade e de abertura", acrescentou Pablo Casado.