Arturo Pérez-Reverte: “Acusam-me de ter escrito um romance machista”
Eva, o mais recente livro de Arturo Pérez-Reverte, é tão nostálgico quanto provocador. Numa conversa em Lisboa, diz que, ao contrário do que rezam algumas acusações que lhe foram feitas, este é um romance profundamente feminista, que a década de 30 foi a grande oportunidade perdida e que o Ocidente não tem salvação.
“Não quero que me matem esta noite, pensou Lorenzo Falcó. Desta maneira não.” Começa, assim na Lisboa de 1937, o mais recente romance de Arturo Pérez-Reverte. Eva – este é o título – é o segundo volume da saga dedicada ao frio andaluz, um homem do seu tempo, agente franquista, que tem a cargo uma missão delicada em Tânger, quando Tânger é um centro de espionagem mundial. É lá que reencontra Eva, uma mulher que salvou em Lisboa, poderosa, lutadora da causa comunista, a única por quem Falcó consegue sentir mais do que atracção física e, ali, sua inimiga. Eis o cenário para Reverte explanar o jogo de forças geo-estratégicas de uma Europa em pré-guerra, quando a Espanha vive o seu próprio conflito. Um livro provocador para este tempo, com o escritor a desafiar códigos e a revelar uma nostalgia mais acentuada. Um aparente paradoxo quando Falcó é sobretudo um anti-herói contrastante com o capitão Alatriste, protagonista de sete romances de Reverte, o escritor que continua pessimista. Talvez mais pessimista do que nunca.
Este seu livro começa em Lisboa, passa por Sevilha e desenvolve-se em Tânger. Mas logo no início há este hotel, o Avenida Palace, onde agora conversamos. Os lugares continuam decisivos no que escreve?
Os lugares são protagonistas em todos os romances. A topografia. Vou aos sítios. Leio muito, tomo notas. Como romancista creio que o lugar onde ocorre a acção é tão importante como a acção e como as personagens. Criar um ambiente e um lugar é importante tanto para a psicologia da personagem como do leitor. Tento escolher elementos descritivos breves que permitam que o leitor tenha uma ideia física do lugar. Walter Scott tinha de contar como era um castelo medieval, agora o leitor já viu isso no cinema e na televisão. Já não preciso de contar tudo. Digo “o pianista tocava e uma ventoinha girava no tecto e havia fumo de cigarro”, o leitor já está a ver Casablanca. Elejo os elementos que disparam no leitor os mecanismos de imaginação. Jogo com a nossa enciclopédia audiovisual.
Traça aqui o jogo de poder na Europa de 1937. Como foi entrar nesse mundo com a consciência de que está a estabelecer um paralelismo com o mundo de hoje?
Sou um grande leitor de História e estou acostumado às minhas incursões no passado. Já escrevi muitos romances históricos e meter-me em livros de História, em jornais antigos, filmes antigos, ler, visitar os lugares com textos antigos é rotina profissional. Apliquei aqui os meus velhos truques. Os anos 30 são uma época muito interessante; é a época antes da Guerra Mundial, em que ainda havia uma certa inocência. Palavras como comunismo, fascismo, socialismo, anarquismo ainda eram palavras honradas nas quais acreditava gente honrada; palavras que davam esperança às pessoas. Depois sabemos o que ocorreu. Que o comunismo foi o Gulag, que o nazismo foi Auschwitz, que o fascismo foi Mussolini e o anarquismo foi o caos da República. Mas naquele momento ainda não. Ver o mundo a partir daí é muito interessante. Ver o mundo com essa inocência política e também a partir de uma óptica em que as funções de homens e mulheres eram distintas. A mulher que lutava era diferente da mulher que luta agora e a atitude do homem em relação à mulher também era diferente. A vida social dos sexos era distinta, mesmo as maneiras de se sentar, de se comportar, de pôr um chapéu ou acender um cigarro, de ver as horas ou cruzar as pernas. Pôr-me em tudo isso é um exercício muito gratificante, muito interessante. É como ler. Sou um leitor que acidentalmente escreve romances e isto obriga-me a ler – ler livros sobre a época de Salazar, da Lisboa de Salazar. Li jornais portugueses. Essa Lisboa do primeiro capítulo escrevi-a não com a imaginação, mas com documentação. Sentei-me aqui no hotel, à mesa, estive no Martinho da Arcada, li revistas da vida social. Tudo isso dá-me o material para poder contar e é a melhor parte de um romance. Não me divirto a escrever, divirto-me a preparar e a preparação deste romance em Tânger, em Lisboa, em Sevilha, foi muito divertida.
Referiu as mulheres, e esse é um ponto central no livro: o modo como são vistas, a linguagem, o papel que se lhes atribui. Parece haver um desafio ao discurso actual.
Há algo de transgressão, de provocação, de agitar, a ver como são as reacções. É inevitável. Mas é preciso ter em conta que pude permitir-me isso porque Falcó é um homem do seu tempo. Nos anos 30 havia feminismo, mas não o feminismo de agora; por isso o modo como Falcó tratava as mulheres era muito diferente. Mas Eva é uma personagem absolutamente feminista. É uma mulher comunista que acredita na luta e isso não é uma invenção minha; havia mulheres assim. Digamos que uma parte compensa a outra. É uma homenagem às mulheres que lutaram durante os anos em que foram vítimas e também carrascos. A luta dos anos 30 não foi uma luta de homens; foi também uma luta de mulheres. Eva é uma feminista. Não a que diz “companheiros e companheiras”, mas que arrisca a vida, que é torturada, como aconteceu a muitas mulheres dessa época. São essas as mulheres que eu respeito.
As que também decidem com quem dormem, como Eva?
Claro. Acontece que não soa politicamente correcto. É um romance cruel num mundo cruel, porque o mundo real é cruel. Estão a vender-nos uma Disneylândia onde os lobos são bons e os homens são bons. Não, os homens são uns filhos da puta e o mundo é um lugar perigoso, hostil. As pessoas torturam, matam. Nos meus romances, tento lembrar que o mundo não é o lugar cor-de-rosa que nos querem impingir.
E antes da II Guerra, da Guerra Fria, da globalização e dessa guerra que vivemos, Eva diz: “Esta guerra é um lugar pequeno.”
E paradoxalmente, desde então, o mundo encolheu-se. É um lugar em que sabemos o que se passa no momento imediato, seja onde for. E os lugares pequenos têm um problema: não dão tempo a que se analise a informação. No mundo actual falta que o receptor seja selectivo. Antes havia uma selecção natural pelos jornais, pelas televisões. Lia-se o Le Monde ou o Le Figaro e sabia-se que o Le Figaro era de direita e o Le Monde era de esquerda. Líamos um jornal português nos anos 30 e sabíamos que era sujeito à censura da ditadura de Salazar. Sabíamos onde situar cada informação a que acedíamos. Agora, paradoxalmente, a informação democratizou-se, é tanta! Mas não há filtros, não se hierarquiza a informação. Lemos e não sabemos se é fiável. A selecção depende do receptor, da sua cultura, da sua preparação, mas o receptor já não está preparado.
Porquê?
Porque o mundo actual é inculto por definição, e o receptor está indefeso. Não tem critérios selectivos. Ninguém lhe hierarquiza a informação. Um tweet pela manhã de um político analfabeto a dizer uma mentira pode ter tanta importância quanto informação confirmada, séria, de um meio sério. É igual o que diz Vargas Llosa, ou Lobo Antunes ou Saramago e o que possa dizer um qualquer desconhecido que diz que é um anarquista libertário. Essa falta de selecção, de critério para perceber o que é ou não é válido cria confusões enormes.
Nos anos 30, o tempo deste romance, estávamos na génese do fascismo, dos nacionalismos...
Mas, lembre-se, essas palavras ainda não tinham desenhado o seu lado obscuro.
Mas estamos a ver ressurgir desses movimentos, sabendo do erro.
Sim, a diferença é que agora já não somos inocentes. Quem defende isso são os filhos da puta. Roubaram-nos a inocência, tornaram-nos piores. O mundo actual é pior. O excesso de informação que nos deveria fazer mais cultos fez-nos piores. Esse é o grande paradoxo do nosso tempo. Os nossos avós eram melhores do que nós, porque sabiam que o homem sofre, morre, que a solidariedade é fundamental, que o respeito é fundamental, que a convivência é fundamental. Tinham pago um preço. As crianças morriam no berço, as mulheres morriam a parir. Sabiam que o mundo era um lugar duro e ajudavam-se para sobreviver. Agora acreditamos que a morte não existe, que o mundo é um lugar maravilhoso. Outro paradoxo [pega no telemóvel]: temos aqui dez mil anos de conhecimento, a História da humanidade está aqui e não utilizamos a não ser para enviar Whatsapps! É uma ignorância deliberada. Quando mais civilizados somos, quando mais avançados, quanto mais progredimos tecnológica, social, económica, politicamente, piores somos. Se for às aldeias de África ou da América, vê pessoas próximas da realidade da vida. Olhar para trás está a ser muito útil para mim, está a fazer-me compreender. Compreender ocasiões perdidas traz-me uma profunda melancolia.
Porquê?
Os anos 30 foram a última ocasião que a Europa teve para mudar para o bem. Foi a última batalha possível e enganámo-nos outra vez. Fascismos, comunismos não eram a solução. A luta do ser humano pela sua liberdade e dignidade deixou de ser possível depois da II Guerra Mundial.
Isso é de um profundo pessimismo.
Sou profundamente pessimista. Recordo-me de quando falava com Saramago, que era um grande amigo, e também um grande pessimista, mas ele tinha uma fé.
No comunismo.
Sim. Eu não tinha. Mas falávamos disto muitas vezes. Fui repórter durante 21 anos em países em guerra. Vi o ser humano fazer muitas coisas. Não tenho nenhuma fé no ser humano. Tenho, sim, em alguns seres humanos concretos, mas a humanidade é desprezível. Olhem a vileza das redes sociais! Há coisas boas, evidentemente, mas o rancor, a inveja, o desejo de destruir, a infâmia estão aí continuamente. O ser humano não é bom e o mundo actual tem o que quer ter. Quando Portugal não quis ter ditadura fez Abril, mas Franco morreu na cama. Queriam tê-lo lá.
É um defensor do iberismo, mas aí está uma diferença entre Espanha e Portugal.
Portugal teve tomates para se sublevar contra uma ditadura. Os capitães de Abril fizeram o que fizeram. Portugal deu uma lição de coragem. Depois Espanha também a deu, de democracia, com a reconciliação e a transição política. A humanidade tem o que quer ter, o que gosta de ter. Estamos a ficar sem gente. Veja os políticos actuais. Medíocres. Onde estão Churchill, Adenauer, Kennedy? Todos são funcionários cinzentos da mediocridade. Em Espanha, em Portugal, na Europa, em todo o lado. Como posso ser optimista? Que futuro nos espera? A mim resta-me pouco futuro, tenho dez, 15 anos pela frente. Creio que o melhor momento do ser humano no Ocidente foi entre a Revolução Francesa e a II Guerra Mundial, quando o ser humano pôde libertar-se dos fantasmas do passado e construir um mundo novo. Mas depois fracassou. Matou Deus, mas não soube substituí-lo, ou substituiu-o com deusesinhos de pouca categoria. Creio que o ser humano no Ocidente perdeu a sua oportunidade. Estamos no final de um império que pode durar mais um, dois séculos, não sei. Os bárbaros estão aí. A História repete-se ciclicamente. Estamos no final de um período. O Ocidente está a terminar, já não é nada. Platão, Aristóteles, Dante, Camões estão mortos, ninguém os lê. A quem importa Camões? A quem importa Eça de Queiroz? A quem importa Montaigne ou Cervantes?
Os escritores não importam?
Os escritores são pequenas ilhotas. Vá à rua e pergunte a todos estes que estão a encher Lisboa de merda por Virgílio e Platão. Estão em Lisboa, sabem quem é Pessoa, Camões, Saramago, Lobo Antunes, Portugal, América, Henrique, o navegador? Não fazem ideia, nem querem saber. Estão aqui porque Lisboa está na moda e é a viagem turística mais barata nas agências de viagem. Alguns de nós erguem barricadas com livros, com cultura, com memória. Educamos os filhos para que resistam, para a sua felicidade pessoal. Mas já não há salvação. Já ninguém pode salvar o Ocidente.
É tudo uma questão de sobrevivência pessoal?
Claro. O Ocidente não vai sobreviver. Somente sobreviverão os pequenos mosteiros como na Idade Média, quando os bárbaros invadem o mundo. É nesses sítios que ficam as bibliotecas. Todos temos de trabalhar, não para salvar o Ocidente, que está perdido, mas para salvar esses mosteiros onde se conservam as bolsas do bom que temos tido. Temos de educar os nossos filhos para que sejam capazes de formar o seu pequeno mosteiro, a sua pequena trincheira, o baluarte onde se reunir, ler, recordar. O esforço deve encaminhar-se para eles, salvar os que merecem ser salvos.
Falcó vive noutro tempo. É um cínico que acredita apenas na sua própria sobrevivência, muito diferente de Alatriste.
Há uma diferença importante: Alatriste é um herói moral. Este é um amoral. Alatriste teve fé, tinha nobreza de coração. Criou e a vida tirou-lhe coisas. Falcó foi um sem-vergonha desde pequeno. Falcó é a aventura. A vida de Alatriste foi uma aventura obrigatória, a de Falcó é uma aventura voluntária. Falcó gosta de mulheres, do perigo, da adrenalina, gosta de matar e de perceber que pode ser morto; gosta de ir para a cama com mulheres bonitas. Falcó é um aventureiro de verdade.
O que o atrai em Falcó?
Há algo de provocação. Este é um tempo tão asquerosamente correcto em política – todo este cuidado com a linguagem. Num mundo no qual há tanto cuidado os meus leitores tornam-me livre, como a minha idade e a minha biografia. Este é um romance em que não me importa nada a correcção política. Vou criar um tipo que seja machista, um predador de mulheres, bonito, elegante, elitista, de boas famílias, que mata sem remorsos... Vamos ver o que acontece, a ver se os leitores o chacinam ou o aceitam. E têm aceitado, o que significa que também precisam de alguma coisa que não seja politicamente correcta – pelo menos na ficção.
Como tem sido estar na pele deste homem?
Muito divertido. Muitas vezes me perguntam se sou Falcó. Não, Falcó é um filho da puta. É um tipo cruel. Não sou Falcó, mas sinto que lhe emprestei algumas coisas.
Por exemplo?
Sobretudo um olhar sobre o mundo. Em Falcó há uma crueldade objectiva, técnica. O mundo é cruel e ele é um lobo e o lobo mata. Era isso ou ser cordeiro e ele prefere ser lobo. Não sou cruel, não exerço a crueldade, mas vi a crueldade muitas vezes na vida e aceito-a. Falcó assume as regras do jogo e é cruel. Eu não sou cruel, mas aceito isso como coisa normal. Quando o mundo é cruel comigo, não digo: “Que horror!” É assim, calhou-me a mim ou a quem eu gosto. Estou acostumado à crueldade do mundo e Falcó nasce desse meu olhar, da aceitação das regras do jogo.
E ele é capaz de um sentimento contrastante, que de algum modo o espanta como vindo dele mesmo: a ternura por uma mulher.
Sim, sente ternura por Eva. Ninguém é um filho da puta perfeito. Conheci muitos com fotos da filha ou da mãe na carteira. Conheci um em Sarajevo, paguei para falar com ele e lá estava a fotografia da filha. Eva produz em Falcó essa ternura. Ele só quer foder as mulheres, mas respeita Eva. Eva comove-o, porque reconhece nela uma lutadora. Acusam-me de ter escrito um romance machista. O romance tem uma carga feminista extraordinária. Nem todas as mulheres são iguais, nem todas as mulheres merecem respeito, como nem todos os homens o merecem. O respeito vem do modo como cada um se comporta, fala, pensa, age, luta. É preciso ter coisas que nos façam respeitáveis.
Mas porquê a palavra ternura e não outra como carinho, amor?...
Talvez porque isso seja o que acontece comigo. Cada um fala do que conhece. Não sou um homem especialmente terno. Sou um homem duro ou não teria podido viver como vivi. Há coisas que me amaciam por dentro. Os cães, as crianças, a dignidade, algumas mulheres e o resultado é que nesses momentos me sinto como quando era pequeno.
Inocente?
Devolvem-me um pouco de inocência. Enternece-me, abranda-me, por isso lhe chamo ternura. São coisas que me fazem terno. É o que acontece com Falcó em relação a Eva.
E há sempre a iminência da morte. Falcó não tem medo da morte.
Não, mas tenta não morrer. Tem a morte como coisa assumida.
Esse olhar acerca da morte também é seu?
Creio que o mundo se divide em dois tipos de pessoas – os que sabem que vão morrer e os que não sabem. Eu aprendi muito jovem que vou morrer e que morrer é muito fácil. Vivi toda a vida sabendo que podia morrer. Não é uma consciência dramática. A morte está sentada aqui como a vida está sentada aqui. São companhia. Se eu souber que vou morrer, vou viver de outra maneira, muito mais rentável. Tudo é mais nutritivo, mais intenso, porque se sabe que pode ser a última vez. E é assim. E há outra coisa: saber que quando já não for capaz de resistir a isto, posso ir. A morte é maravilhosa, porque nos permite terminar quando isto deixar de ser rentável, de ser interessante, quando for aborrecido, insuportável, doloroso. A certeza da morte é muito boa, mas educamos as crianças para que ignorem a morte e quando a morte ronda ficam indefesas na vida.
O que o faz querer continuar a escrever?
Um romance é um pretexto para viver. E o que gosto é de viver. Gosto muito da vida. Gosto das mulheres, dos amigos. Ontem provei um vinho que se chama Soalheiro, era estupendo. Gosto muito de estar vivo, enquanto o meu corpo e a minha cabeça me permitirem estar vivo com dignidade. Escrever um romance obriga-me a ler, dá-me pretextos para conhecer, ter quase 67 anos e continuar a sentir ilusão. Eu viajo, eu vivo. Os romances mantêm-me activo, em forma – são como um exercício diário.
Falcó não gosta de ler.
Não. Estou farto de detectives cultos. Todos os detectives de policiais lêem. Não queria que Falcó fosse o típico que lê Dostoiévski. Ele lê folhetins em revistas.
O que lê?
Releio mais do que leio. Leio desde muito jovem. Li os clássicos até aos 20 anos. Agora releio muito, sobretudo clássicos gregos e latinos, e leio Montaigne, Chateaubriand, Cervantes, Voltaire. O único romancista que continuo a ler com entusiasmo é Joseph Conrad.
Porquê?
Não sei. Não sei. Talvez haja algo em comum. Navegou, escreveu e dizem que fisicamente somos parecidos. É-me simpático. Leio os livros e encontro sempre coisas que me emocionam. Eu e ele envelhecemos juntos... ou tenho essa ilusão.
E porquê Somerset Maugham para epígrafe?
Porque era muito da época, eram romances socialmente pouco sérios.