Comboios suprimidos no Algarve, Oeste e Alentejo
Empresa não assegura transporte rodoviário alternativo para todos os clientes.
A CP suprimiu nesta quarta-feira dois comboios no Algarve, uma ocorrência que tem sido rotineira devido à falta de material circulante. Não se efectuaram dois comboios (um em cada sentido) entre Vila Real de Sto. António e Faro. Em consequência disso, outros comboios sofreram atrasos superiores a 30 minutos e, como habitualmente, houve passageiros a ficar em terra porque o transbordo rodoviário não é assegurado em todas as estações.
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A CP suprimiu nesta quarta-feira dois comboios no Algarve, uma ocorrência que tem sido rotineira devido à falta de material circulante. Não se efectuaram dois comboios (um em cada sentido) entre Vila Real de Sto. António e Faro. Em consequência disso, outros comboios sofreram atrasos superiores a 30 minutos e, como habitualmente, houve passageiros a ficar em terra porque o transbordo rodoviário não é assegurado em todas as estações.
No caso desta quarta-feira, a CP colocou um autocarro em substituição dos comboios, mas apenas com paragens em Tavira, Olhão e Bom João. Ficaram de fora as estações e apeadeiros de Monte Gordo, Cacela, Conceição, Porta Nova, Luz, Livramento e Fuzeta. Os passageiros, alguns deles turistas estrangeiros, que aí esperavam o comboio ficaram, como é habitual, sem qualquer informação à espera de uma composição que não existe.
Já na linha do Oeste a solução da CP é mais radical. Na terça-feira, foram suprimidos três comboios: dois entre Caldas da Rainha e Meleças e um em sentido contrário. E nesta quarta-feira foram suprimidos dois comboios no mesmo percurso, um em cada sentido. Mas neste caso não houve qualquer transporte alternativo.
Entre Meleças e Caldas da Rainha existem 20 estações e apeadeiros, das quais só quatro estão guarnecidas com pessoal ferroviário, que poderão dar informações aos passageiros. Nas restantes 14, os clientes da CP ficam sem qualquer informação sobre a ausência de comboio.
O PÚBLICO perguntou à CP por que motivo não assegura transporte alternativo - até porque muitas das supressões já estão previstas no dia anterior -, mas a empresa não respondeu.
A falta de material circulante e de pessoal para o reparar explica também que nesta quinta-feira, o comboio entre Entroncamento e Badajoz seja feito em autocarro. A CP só tem uma automotora (da série Allan) afecta aquele serviço, que faz todos os dias a viagem de ida e volta. Como esta tem de ir fazer manutenção à oficina, a solução foi recorrer a um autocarro, que fará paragens em Abrantes, Ponte de Sôr, Crato, Portalegre e Elvas. De fora – e sem qualquer informação para os eventuais passageiros que se aventurem a apanhar o único comboio do dia que pára naqueles apeadeiros – ficam Bemposta, Torre das Vargens, Chança, Assumar e Santa Eulália.
A empresa possui ainda mais três automotoras Allan, mas todas estão imobilizadas nas oficinas.
Além da falta de material, há azares que surpreendem a empresa, neste caso no Algarve: nesta quarta-feira, a bilheteira da estação de Vila Real de Sto. António esteve fechada todo o dia porque foi assaltada durante a madrugada.