António Costa discute carreira dos professores em directo com Mário Nogueira

António Costa foi recebido por um protesto da Fenprof em Paredes de Coura, quando acabava de inaugurar uma escola que foi alvo de recuperação.

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LUSA/Arménio Belo

O primeiro-ministro, António Costa, foi esta terça-feira apanhado pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, numa manifestação em Paredes de Coura, onde foi inaugurar uma escola alvo de recuperação. Os dois envolveram-se numa disputa de argumentos que passou em directo nas televisões e que tornou claro que não há acordo entre professores e Governo. 

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O primeiro-ministro, António Costa, foi esta terça-feira apanhado pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, numa manifestação em Paredes de Coura, onde foi inaugurar uma escola alvo de recuperação. Os dois envolveram-se numa disputa de argumentos que passou em directo nas televisões e que tornou claro que não há acordo entre professores e Governo. 

"Isto não é um sim. Não chegámos a acordo. Com um dirigente sindical que é intransigente em relação à proposta do Governo, não há acordo", concluiu António Costa no final de uma conversa de dez minutos. Já Mário Nogueira assumiu: "O que o Governo quer é apagar 6,5 anos de trabalho dos professores. Isso não vai acontecer."

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O governante fez questão de explicar perante as câmaras e os manifestantes que o executivo tem dois limites: "Não podemos fazer, relativamente a uma carreira, diferente do que fazemos em relação às outras e não podemos fazer mais do que permite a sustentabilidade". A isto, o sindicalista respondeu: Podem fazer mais. Podem ser mais justos para os professores e outros profissionais".

O primeiro-ministro foi defendendo a posição do Governo, mas sempre com o comentário pronto e rápido do líder da Fenprof. "Aquilo que é o nosso compromisso é descongelar as carreiras. Foi o que fizemos", disse Costa. "Depois, outra maioria obrigou a outros compromissos", atirou Nogueira.

"O que diz a norma [aprovada no Orçamento de 2018] é que deve considerar-se a expressão financeira do tempo congelado, tendo em conta o modo e o prazo de acordo com as condições de sustentabilidade das contas públicas", lembrou o primeiro-ministro. "Foi por isso que aceitámos o faseamento", comentou o sindicalista. "Aceitámos fasear até 2023, aceitámos que pudesse ter impacto na aposentação e até no acesso a alguns escalões".

A conversa foi decorrendo assim, dinâmica, com António Costa a dizer que têm estado a ser negociados pormenores e que o tempo conta para efeitos de reforma, e com Mário Nogueira sempre a fazer à partes. "Era o que mais faltava."

O ministro da Educação, que acompanhava o primeiro-ministro, nada disse.