Burberry vai deixar de usar peles e de queimar roupa que não é vendida

A marca de luxo britânica anunciou a sua decisão esta quinta-feira e a próxima colecção já deverá reflectir as mudanças.

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Reuters/YUYA SHINO

A marca de roupa de luxo Burberry anunciou esta quinta-feira que irá parar de destruir a roupa que não é vendida, e que vai também deixar de usar peles de animais no fabrico dos seus produtos. A garantia é dada pela marca e a decisão deverá ter efeito imediato no que diz respeito à queima de roupa que ficou por vender. Já o fim da venda de produtos com peles será gradual.

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A marca de roupa de luxo Burberry anunciou esta quinta-feira que irá parar de destruir a roupa que não é vendida, e que vai também deixar de usar peles de animais no fabrico dos seus produtos. A garantia é dada pela marca e a decisão deverá ter efeito imediato no que diz respeito à queima de roupa que ficou por vender. Já o fim da venda de produtos com peles será gradual.

“Este compromisso assenta nos objectivos que lançámos no último ano, como parte do nosso projecto responsável dos próximos cinco”, esclarece a marca de roupa britânica. A Burberry diz ainda que a nova estratégia pretende reduzir o desperdício: “já reusamos, reparamos, doamos e reciclamos produtos que não são vendidos e vamos continuar a fazê-lo.”

A marca de luxo diz querer fazer parte de uma “mudança positiva” na indústria da moda e reduzir a pegada ecológica da sua produção.

A decisão surge depois de em Julho um relatório anual ter revelado que a marca de luxo tinha queimado todas as criações excedentárias do ano anterior, entre as quais constavam roupa, acessórios e perfumes. A empresa britânica procurou justificar a política de destruição argumentando que a estratégia visava impedir que os produtos fossem roubados e vendidos a preços inferiores, ou que os modelos fossem copiados. Os produtos estavam avaliados em quase 32 milhões de euros, escreve a CNN.

H&M também destrói roupa

Esta não é a única marca a incinerar os produtos que ficam por vender. Uma investigação conduzida no último ano revelou que, entre 2013 e 2017, a marca sueca H&M queimou pelo menos 60 toneladas de roupa.

Para além de se comprometer com o fim desta prática, a Burberry informou que irá também abandonar por completo o uso de peles de animais. “Não vai existir pele verdadeira na colecção de estreia de  Riccardo Tisci, que acontece no final deste mês”, lê-se no comunicado.

Nos últimos anos, o uso de pele de coelho, de raposa, de marta americana, texugo asiático tinha sido restrito, mas ainda não completamente eliminado. A empresa têxtil irá retirar os produtos que existem no mercado “de forma gradual”.

Apesar do compromisso, numa nota no final do comunicado, a marca britânica ressalva que “em circunstâncias excepcionais” poderão existir casos onde “para respeitar constrangimentos” pode ter de “eliminar produtos de beleza onde reciclar não é uma opção”. No entanto, compromete-se a “continuar a explorar métodos para reciclar ou reutilizar os produtos”.

Em reacção, a Greenpeace considera que a decisão da Burberry de parar de incinerar o stock de produtos que sobra é um “claro sinal de uma necessária e urgente mudança na indústria da moda”.

A associação ambiental aponta o crescimento da indústria e apela a um ajuste da oferta, para evitar a acumulação de stocks.