Esta freira não mete medo a ninguém
Mais um filme de um “universo cinematográfico” — desta vez uma prequela de The Conjuring 2, e fita inútil que não fazia falta nenhuma.
Isto dos “universos cinematográficos” já começa a cansar um bocadinho, mesmo que no cinema de terror — com todas as sequelas de Pesadelo em Elm Street, Sexta-Feira 13 ou Saw — a coisa seja de rigor e já existisse antes dos super-heróis.
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Isto dos “universos cinematográficos” já começa a cansar um bocadinho, mesmo que no cinema de terror — com todas as sequelas de Pesadelo em Elm Street, Sexta-Feira 13 ou Saw — a coisa seja de rigor e já existisse antes dos super-heróis.
Mas com A Freira Maldita chegamos ao quinto filme de um “universo cinematográfico” criado por James Wan com The Conjuring (depois de The Conjuring 1 e 2, 2013 e 2016, e de Annabelle 1 e 2, 2014 e 2017) que já começa a rapar o fundo do tacho. Trata-se de uma “prequela” sobre a origem de um dos demónios que fez a sua aparição em The Conjuring 2, ambientada na Roménia em 1952 e escrita pelo mesmo argumentista dos dois Annabelle.
Tudo aqui, no entanto, fica-se pelo bocejo maçado da viagem no comboio-fantasma, aqui percorrendo um convento assombrado por uma presença maligna, que cumpre todos os requisitos do caderno de encargos sem lhes injectar nada de novo. Bem pelo contrário: nesta segunda realização do britânico Corin Hardy não há nada que não seja convencional e previsível à distância, desde os diálogos chapa quatro (são tão maus!) à utilização recorrente do efeito salto-na-cadeira, nem faltando o final “destruidor” com grandes efeitos especiais. Faz pena ver actores estimáveis como Demián Bichir e Taissa Farmiga a tentarem manter alguma dignidade pelo meio do que é, claramente, um objecto puramente utilitário (mas, no fundo, até isso é costume no cinema de terror). Esta freira não mete medo a ninguém, e até podia.