No encalço dos guerrilheiros antifranquistas
Projecto sobre resistência às ditaduras ibéricas e solidariedade na fronteira escavou casa bombardeada na aldeia de Cambedo, em Chaves, em 1946. Essas ruínas e pelo menos dois esconderijos de guerrilheiros farão parte de um novo percurso pedestre
Licínio Inocentes vai à frente. Salta como um cabrito, apesar dos seus 68 anos. Abre caminho entre arbustos – giesta, carqueja, tojo, urze. Subindo a encosta, filões de quartzo entre maciços de granito. Lá em cima, numa sobreposição de pedras, escondiam-se guerrilheiros antifranquistas.
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Licínio Inocentes vai à frente. Salta como um cabrito, apesar dos seus 68 anos. Abre caminho entre arbustos – giesta, carqueja, tojo, urze. Subindo a encosta, filões de quartzo entre maciços de granito. Lá em cima, numa sobreposição de pedras, escondiam-se guerrilheiros antifranquistas.
Os arqueólogos que o seguem marcam as coordenadas do esconderijo, que há-de fazer parte de uma rota pedestre com pontos relacionados com a guerrilha. Pelo menos um outro esconderijo terá igual destino, garantirá um dirigente da Associação Cultural de Vilarelho da Raia, Carlos Silva, sempre animado com a ideia de valorizar o passado recente. "Já tem financiamento aprovado", dirá.
O ponto que estão a marcar corresponde ao Lugar das Chóias, na Serra do Mourico, na freguesia de Vilarelho da Raia, no concelho de Chaves, nos confins de Trás-os-Montes. Para um lado, fica a aldeia de Cambedo, Portugal. Para outro, a aldeia d’As Casas dos Montes, Espanha.
“Vir com o senhor Licínio é ter outra forma de olhar para a paisagem”, elogia Rui Gomes Coelho, um dos directores do projecto de arqueologia sobre a resistência às ditaduras ibéricas e a solidariedade na fronteira entre a Galiza e Trás-os-Montes. “Ele reconhece os lugares, sabe o que estava aqui, o que estava ali, reconhece a fronteira.”
Por aqui, em meados do século XIX ainda não estava claro onde começava (ou acabava) Portugal ou Espanha. A linha invisível atravessava terrenos, ruas e casas nas aldeias de Soutelinho da Raia, Cambedo e Lamadarcos, os chamados “pobos promíscuos”. Diz-se que se podia entrar numa casa por uma porta que ficava em Espanha e sair por outra que ficava em Portugal.
Só no dia 29 de Setembro de 1864 se fixaram as fronteiras vigentes. E isso não pôs fim ao vaivém. Persistiram as trocas, as romarias, os amores. “A maior parte das pessoas fazia a mesma vida”, encolhe-se Licínio Inocentes. Era quase como agora que não há fronteira e ele vai ao outro lado comprar presunto, só que isso seria contrabando. “Aquilo só apareceu no papel. A maior parte das pessoas nem sabia ler!”
Manteve-se uma rede social pronta para ser activada em caso de necessidade. E isso viu-se quando eclodiu a guerra civil espanhola, em 1936.
Perseguições e torturas
A aldeia, que se avista desta serra, tornou-se num ponto de apoio ou de passagem de um número indeterminado de “fuxidos”. Muitos só queriam embarcar para a América do Sul. Os que tinham menos meios, sobretudo os oriundos das aldeias fronteiriças, tendiam a abrigar-se perto.
O fim da guerra civil – que opunha os republicanos, progressistas, aliados aos anarquistas e aos comunistas, e os nacionalistas, apoiados por grupos conservadores, incluindo os falangistas, liderados pelo general Francisco Franco – não foi o fim das perseguições, das torturas, dos fuzilamentos. E nos montes multiplicaram-se as “partidas”, isto é, os grupos que procuravam resistir.
A explorar um dos seus velhos esconderijos encontra-se agora Rui Gomes Coelho, que está a fazer pós-doutoramento na Rutgers University, nos Estados Unidos. E Márcia Hattoori, que tem estudado a ditadura militar no Brasil. E Carlos Otero, especialista em métodos de detecção geofísica. Lá em baixo, na aldeia, ficou Xurxo Ayán Vila, arqueólogo galego que dirige o projecto de arqueologia comunitária do Castro de San Lorenzo, em Monforte de Lemos, em Lugo, Espanha. E o luso-espanhol Rodrigo Paulos, ainda a dar os primeiros passos no estudo das culturas e dos modos de vida de outrora. Chegaram no dia 12 de Agosto decididos a ficar até ao dia 19.
“Está ali um murozito”, aponta Licínio Inocentes. “Era onde um homem do Cambedo lhes vinha fazer a barba.” Conheceu-o bem. “Ele faleceu há dois anos. Dizia que lhe mandavam recado e que vinha por aí acima.”
Quando Licínio Inocentes nasceu já nem um guerrilheiro se via por aqui, mas toda a vida ouviu contar histórias. O avô era da Guarda Fiscal e trabalhava aqui. Encheu-se de curiosidade quando viu o grupo de arqueólogos a escavar uma das casas bombardeadas – a que nunca foi recuperada. Presidente da junta de freguesia duas vezes, sempre se interessou pela vida da comunidade. Meteu conversa. E voluntariou-se para lhes mostrar esconderijos. “São pessoas que têm capacidade para analisar a situação e capacidade para divulgar”, diz.
Fala com entusiasmo dos mais célebres guerrilheiros que por aqui andaram: Demétrio Garcia Álvarez e Juan Salgado Ribero (ou Rivera). É como se fossem personagens de um filme de acção. Demétrio nasceu na aldeia de Chãs, a menos de meia dúzia de quilómetros daqui. E tinha uma irmã, Manuela, casada aqui (com Manuel Bárcea, conhecido como “Mestre”). Era agricultor e correu à pedrada um falangista que atacou homens que andavam com ele na poda. Na prisão, ganhou consciência política. Juan nasceu d’As Casas dos Montes. Tocador de cornetim, tantas vezes animou as festas do Cambedo e das povoações vizinhas. Reza a lenda que fazia suspirar muitas mulheres. Já a imprensa da época atribui-lhe especial crueldade e pontaria.
Eram discretos, os guerrilheiros. Contavam com a solidariedade própria das sociedades tradicionais. Camponeses, mineiros, operários, pescadores, trabalhavam na agricultura, no contrabando e, nos anos da Segunda Guerra, na extracção de volfrâmio. De quando em quando, protagonizavam incursões em Espanha. Em 1946 cometeram o erro de actuar em território português.
Tiros e bombas
No dia 16 de Setembro, Demétrio, Juan e outros deslocaram-se à aldeia de Negrões, no concelho de Montalegre, e executaram um homem que teria entregado um médico “fuxido” à Guarda Civil espanhola. Nesta operação, foram também mortos um “criado” de um “aldeão”. Na sequência de tal vendetta, diversas pessoas foram presas. Apertou-se a vigilância nas fronteiras. Multiplicaram-se as notícias “plantadas” contra os guerrilheiros, retratados como “bandoleiros”, “malfeitores”. No dia 29 de Outubro, encenou-se até um assalto à carreira Braga-Chaves.
A poucos dias do Natal, as autoridades portuguesas, consertadas com as espanholas, montaram uma mega operação de busca aos “rojos”. Na madrugada do dia 20 de Dezembro, 200 guardas avançaram para as aldeias de Nantes, Mosteiró de Cima, Sanfins de Castanheira, Sanjurge, Couto e Cambedo.
Ainda hoje, o Cambedo é quase só uma rua ladeada por casas de granito. Naquela altura, era menos e albergava mais gente (umas 300 pessoas – sem água corrente, sem electricidade, a deslocar-se a pé, de burro ou a cavalo).
Na alvorada, os guardas cercaram a aldeia. Tudo apontava para a casa do cunhado de Demétrio, o “Mestre”, para outras duas ligadas a essa, a da irmã dele, Adelaide Teixeira, e a de uma prima, Albertina Tiago. E para uma situada mesmo em frente, a da prima Clementina, casada com Silvino Espírito Santo.
Os primeiros tiros ouviram-se um pouco abaixo, nas imediações da casa de dona Engrácia Gonçalves. Era Juan. Manuel Guerra tinha 12 anos e, numa conversa na rua, resumiu assim o que aconteceu: “De manhã, quando foi para sair, viu a GNR encostada às paredes. E então foi-se preparar. Pegou na arma, abriu a porta. Conforme a GNR estava encosta às paredes, mandou uma rajada. Atirou só para abrir caminho, para fugir. Saltou para um carreiro que havia ali. Meteu pelo carreiro até ao ribeiro. Meteu pelo ribeiro até fronteira. Quando se aproximou, estavam lá os guardas espanhóis, a Guardia Civil. Começaram a fazer fogo contra ele. Ele regressa. Conforme [a guarda] o viu vir, matou-o.”
Silvina Feijó, então com dez anos, estava a atirar migalhas de pão às galinhas e apanhou uma bala perdida. O marido, Elói, nem quer falar nisso. “Há 74 anos que isso foi! Já vieram 50 equipas!”, resmungou ao ser interpelado à porta de casa. “Porque não vieram mais cedo? Isso já é velho”, insurge-se, acusando cansaço. Há uma dúzia de anos, a mulher teve dois acidentes vasculares cerebrais.
Por volta das 11h, os guardas desataram a revistar as casas. Os registos policiais indicam que dois foram mortos no pátio de dona Albertina Tiago, cuja casa, nunca reconstruída, está agora a ser escavada pelos arqueólogos. Terá sido Demétrio ou Bernardino Garcia, que haviam de resistir ainda mais um dia e meio.
Começaram a chegar reforços. Primeiro, guardas que tinham ido para outras aldeias. Mais tarde, um destacamento da PSP do Porto. E uma secção de morteiros do Exército vinda de Chaves.
“Eu tinha dois anos e meio e é uma coisa que me ficou gravada”, contou Aurinda Feijó. “Estava lá no cimo da aldeia. Havia uma casa de comércio. Eu estava amouchadinha e via chegar os guardas aos grupos com as armas às costas. As pessoas diziam: ‘Ai que vem mais pelo Lagar Velho abaixo e vão matar aqui a todos.’ Nunca me esqueceu isso. Com dois anos e meio!”
Queriam incendiar um palheiro situado atrás das três casas comunicantes. De lá zuniam tiros. Lá estariam escondidos os guerrilheiros. Ainda incendiaram algumas medas. Durante toda a noite, trocam-se tiros por ali. Já no dia 21, ordem para evacuar as casas perto do alvo. E disparos de morteiro.
“A gente estava atemorizada”, admitiu Manuel Guerra, naquela conversa de fim de dia. “A gente estava com medo que queimassem as casas.” Trataram muitos de salvar os animais. “Eu tinha uma égua e agarrei nela e fui lá para a última casa da aldeia.”
“O meu marido é mais velho e sentiu tudo na pele”, afirmou Aurinda Feijó, sentada nas escadas que dão para a Rua Central, de olhos postos nos arqueólogos que continuavam a trabalhar na ruína situada mesmo em frente. O marido, Arlindo Espírito Santo, mantém-se dentro de casa, sentado numa poltrona.
História enterrada
Durante a guerra civil, o pai de Arlindo comandava a Guarda Fiscal e bem via passar por ali muita gente, mas fazia de conta que não. No dia do bombardeamento, estava ele já reformado, a sua casa foi uma das mais atingidas. Arlindo tinha 16 anos. Lembra-se de fugir pela aldeia abaixo. Primeiro, refugiou-se numa casa. Depois, nos lameiros. Por fim, na ponte de madeira.
O pai foi preso, bem como a tia Albertina e um irmão. Mais tarde, a mãe, sob suspeita de auxiliarem os guerrilheiros. Já pouco fala nestas coisas, Arlindo. “Já estou cansado”, disse o homem de 89 anos, estirado na poltrona. Sempre quis esquecer aqueles dias. E nunca esqueceu.
Muita gente quis esquecer. Naqueles dias, foram detidas 63 pessoas. Só ali, na aldeia, foram 18 sob suspeita de cumplicidade. Ninguém expiou pena maior do que Demétrio: 19 anos de reclusão, alguns dos quais no Tarrafal. Bernardo Garcia, que estava com ele, e mais quis suicidar-se do que entregar-se.
A mesma lógica repressiva foi aplicada noutros pontos. E a guerrilha extinguiu-se. “A partir do momento em que não há uma base de apoio que a sustenta, ela deixa de existir”, resume Rui Gomes Coelho.
As consequências perduraram. Sobre isso Licínio Inocentes pode falar na primeira pessoa. “Procuraram pôr estas pessoas dentro de um recipiente em que só cabiam comunistas. Eram vistos como gente esquisita, que convivia com assaltantes, com malfeitores, com isto, com aquilo. Então, houve um afastamento deste povo em relação aos portugueses. Convivíamos mais com os galegos.”
A esse propósito, ocorre-lhe uma história dos seus 19 anos. “Arranjei uma namorada em Feiões, uma aldeia que há do outro lado do rio, em frente a Chaves. Namorávamos para aí há um mês, ela fazia anos, eu fui buscá-la para lanchar. Uma senhora viu. Mais tarde vim a saber que lhe disse: ‘Com quem andas metida, rapariga, com esses vermelhos do Cambedo, essa gente é do diabo!’ Meteu-se de tal forma com a rapariga que ela nunca mais me apareceu!”
Durante a ditadura salazarista, a história foi enterrada na memória da aldeia. Só no final dos anos 1980 tornou a emergir, com um artigo publicado pelo Jornal de Notícias. Num primeiro trabalho que desenvolveu, entre 1986 e 1987, a antropóloga Paula Godinho ouviu falar na história. Manuela, a irmã de Demétrio, perdeu um filho de um ano enquanto aguardava julgamento na prisão.
Já em 1993, o Centro Cultural de Vilarelho da Raia, com a colaboração de universidades espanholas e portuguesas, organizou um congresso sobre a guerrilha antifranquista. Paula Godinho regressou ao terreno, vasculhou arquivos e produziu diversos trabalhos científicos, que atraíram cientistas, jornalistas e documentaristas. O Silêncio é o título do documentário realizado por António Loja Neves e por José Alves Pereira.
“A nossa vinda tem que ver com essa tradição académica, mas também com o contexto actual”, explica Rui Gomes Coelho. “A arqueologia contemporânea é uma disciplina da arqueologia que procura ser um campo de intervenção política e social. Serve-se das ferramentas e das metodologias da arqueologia para revelar histórias que muitas vezes são incómodas, mas que enriquecem o ponto de vista social e político”, salienta. “Nós estamos convencidos de que este pode ser um exemplo fenomenal de ética da solidariedade e da hospitalidade.”
A casa de Ernestina Tiago colapsou e ali ficou, a servir de reservatório de lixo. Tiradas as diferentes camadas, arqueólogos encontraram, desde logo, alguma continuidade temporal. “Isto é como escavar uma cabana castreja, porque é uma arquitectura em granito, o solo está feito directamente na rocha”, diz Xurxo Ayán Vila. “Esta gente, em 1946, vivia igual ao que vivia numa cabana há dois mil anos.”
Está espantado. “Uma família morava nesta casa e a sua casa converteu-se de um dia para o outro num campo e batalha militar”, realça. “Militares colocam os morteiros e bombardeiam o centro de uma aldeia. Tens de ter muita pontaria para atingir um alvo concreto. Não lhes importava que houvesse pessoas inocentes. Isto é impressionante. É uma maneira de extermínio puro e duro!”
Encontraram vestígios do incêndio no chão, estilhaços de granadas, um berlinde e uma tigela com decoração infantil. “É um testemunho pungente da brutalidade que ali aconteceu em 1946”, corrobora Rui Gomes Coelho. “Tocar estes objectos é uma forma muito perturbadora de testemunhar os eventos.”
Arqueologia contemporânea
As escavações abrem também uma brecha para a vida dos anos 1940: a família morava em cima e os animais em baixo. Resistem ossadas, ferraduras, parte de uma antiga balança romana usada para pesar porcos, malgas tradicionais (semelhantes às que se usavam há dois mil anos). E restos de uma cerâmica mais fina. Num desses pedaços ainda se percebe a imagem da Torre de Belém, “um dos símbolos da pátria”. E isso leva Rui Gomes Coelho a falar num “sentimento de autonomia que se mantém, sempre se transformando", e de uma pátria "que não é construída com a criação do Estado Nação – isso só vai acontecer a partir dos anos 1940 e isto é a materialidade deste processo”.
Têm escavado uma casa em Repil, em Monforte de Lemos, no sul da província de Lugo, que foi bombardeada pela Guarda Civil espanhola. Começaram em 2016, como parte do projecto de arqueologia contemporânea que Xurxo desenvolve na sua terra natal. E agora várias escolas levam alunos a ver essa casa.
Um descendente da família que vivia nessa casa colocou uma placa de homenagem aos guerrilheiros e uma bandeira republicana. Conta Rui Gomes Coelho que a placa já foi vandalizada várias vezes e que a bandeira republicava foi roubada. “É um lugar de memórias muito contestadas, mas o projecto assume a educação cívica como uma das suas premissas e é nesse sentido que se acolhem visitantes. As actividades passam por recriar o trajecto da fuga do único guerrilheiro sobrevivente, que é uma caminhada até à aldeia em que se fala da guerrilha e da resistência ao franquismo.”
Que acontecerá, agora, na aldeia de Cambedo? Os 50 anos dos bombardeamentos foram assinalados, por iniciativa de galegos, com uma placa: "Em lembranza do voso sufrimento. 1946-1996". Quem for à procura de vestígios, encontrá-los-á assinalados. E, em breve, um percurso pedestre com vários pontos de interesse, incluindo a casa bombardeada e pelo menos dois abrigos (os arqueólogos identificaram quatro, três dos quais com a ajuda de Licínio Inocentes, mas três são de difícil acesso).
No sábado à noite, dia 18 de Agosto, no Cambedo, e no domingo de manhã, 19, no centro de Vilarelho da Raia, a equipa apresentou os resultados dos trabalhos e perguntou aos presentes o que desejavam que fosse feito no futuro. Alguns manifestaram o desejo de ver mais trabalhos arqueológicos, de trabalhar os recursos culturais para atrair visitantes e gerar recursos.
“Nós entendemos que a arqueologia só faz sentido se for feita com e para a comunidade”, comenta Rui Gomes Coelho. “No Cambedo, tal como em Repil, há valores na comunidade que se relacionam com a nossa maneira de estar na vida e de ver o mundo. É por isso que temos insistido na ideia de Cambedo e da atitude da comunidade em 1946 como um exemplo a seguir na sociedade contemporânea, e é nesse sentido que decidimos propor o nosso contributo.”
Vão voltar? “Ainda não sabemos”, responde. A intervenção está enquadrada num Projecto de Investigação Plurianual de Arqueologia aprovado pelo Ministério da Cultura. “Temos previsto voltar no próximo Verão, mas isso depende do financiamento. Gostaríamos de trazer uma equipa mais alargada, que incluísse estudantes de arqueologia, antropologia e artistas, para trabalhar com a comunidade. Neste momento, não há apoio garantido”, remata. Uma coisa é certa: vão “incluir o trabalho num volume especial da revista académica Historical Archeology sobre as guerrilhas na Europa no século XX”.