Força portuguesa realiza acção de ajuda humanitária na República Centro-Africana

Na aldeia de Mingala, "acessível apenas pelo meio da selva", tem-se registado "um número indeterminado de mortos, principalmente de crianças, por causas desconhecidas".

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Miguel Manso

Três dezenas de pára-quedistas portugueses, que integram a 3.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana, realizaram uma operação de ajuda humanitária na sexta-feira, na aldeia de Mingala, aldeia a 500 quilómetros da capital, Bangui.

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Três dezenas de pára-quedistas portugueses, que integram a 3.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana, realizaram uma operação de ajuda humanitária na sexta-feira, na aldeia de Mingala, aldeia a 500 quilómetros da capital, Bangui.

O Estado Maior General das Forças Armadas refere, em comunicado divulgado este domingo, que a acção na aldeia, solicitada pelas Nações Unidas, teve como "principal objectivo avaliar e recolher elementos de informação para posterior análise e determinação das mortes na região e fornecer medicamentos de emergência para salvar vidas".

Na aldeia de Mingala, "acessível apenas pelo meio da selva", tem-se registado "um número indeterminado de mortos, principalmente de crianças, por causas desconhecidas".

Face ao perigo de grupos armados na região, os militares portugueses asseguraram "as operações de reconhecimento das zonas de aterragem, a segurança da área, bem como a escolta e a protecção próxima do grupo de especialistas civis das Nações Unidas e dos elementos de várias agências humanitárias em missão na República Centro-Africana".

A 3.ª Força Nacional Destacada na capital da República Centro-Africana, Bangui, realizou, desde Março, mais de meio milhar de missões, entre as quais patrulhas motorizadas, escoltas e operações de defesa e controlo de terreno ou infra-estruturas chave.

Na maioria, os grupos armados na República Centro-Africana desenvolvem acções criminais para reunirem dinheiro, como raptos (de governantes locais e membros de organizações não-governamentais), extorsões, furto de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Os rebeldes realizam também acções de bloqueio de vias de comunicação, para impedir a ajuda humanitária, e recorrem também ao tráfico de diamantes e ouro.

A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do Presidente François Bozizé, por vários grupos juntos na Séléka (coligação, na língua local), de maioria islâmica.

Depois, um grupo de milícias cristãs opôs-se aos vencedores, desencadeando uma guerra civil ainda por terminar.

O Governo do Presidente Faustin Touadera, antigo primeiro-ministro e vencedor das eleições presidenciais de 2016, controla apenas um quinto do território.

A missão da ONU está no país desde 2014 e Portugal enviou três forças nacionais.