"O PSD não fala com as casas a arder", diz Rui Rio
No final da visita a Monchique, o líder do PSD explicou que, em caso de catástrofe, o partido ajuda primeiro e faz oposição depois.
Não foi por causa das férias que o PSD não comentou logo o incêndio de Monchique. Rui Rio explicou, esta sexta-feira, no final de uma visita às zonas ardidas que o partido não fala "em cima do acontecimento".
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Não foi por causa das férias que o PSD não comentou logo o incêndio de Monchique. Rui Rio explicou, esta sexta-feira, no final de uma visita às zonas ardidas que o partido não fala "em cima do acontecimento".
"O PSD não fala com as casas a arder. Nesse momento, não faz oposição, só não ajuda se não puder", disse o líder social-democrata, repetindo que os portugueses podem ter a certeza de que há duas circunstâncias em que o PSD não fará comentários: "Não fala com a mata a arder, nem quando ainda não conhece as coisas como são".
E isso, explicou Rui Rio, não tem nada a ver com as suas férias, porque acontecerá sempre da mesma forma. "Isto pode ser clarinho como água, que é a minha maneira de ser e não muda. Depois das coisas acabarem, ficamos em condições, então sim, de fazer algum balanço". Acresce que o assunto, defendeu, não podia ser reparado em 20 dias. "Se pudesse ser reparado em 20 dias e eu chegasse ao 21º, aí sim, estaria atrasado", disse.
"Principalmente no último ano e depois de Pedrógão, e justamente porque Monchique estava sinalizado, percebi que não se fez aquilo que se deveria ter feito ao longo dos anos para evitar o que aconteceu", disse o presidente do PSD sobre a visita à serra algarvia.
Rui quis ainda comentar as medidas anunciadas pelo Governo para ajudar as populações afectadas pelo incêndio, para dizer que "são positivas, porque nenhum Governo anuncia medidas que não são boas". Porém, no seu entender, a "questão que se coloca a partir de agora, uma vez anunciadas as medidas, é qual a consequência e a actuação no terreno".
"Vão ou não as pessoas conseguir ter os apoios de uma forma mais eficaz, mais célere e mais justa?", questionou.
Sobre o caso do dia - o processo civil instaurado a Marco Baptista por causa de gastos excessivos na sua campanha à Câmara da Covilhã -, Rio explicou o argumento que subjaz a toda a sua estratégia para estes casos: "Se alguém se quer propor a governar o país, tem de saber também governar a sua casa".