Carlos Moedas diz que tecnologia pode ajudar a diminuir as desigualdades

Comissário europeu da Ciência e Inovação esteve escola de Verão da Comissão Europeia.

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Nuno Ferreira Santos

O comissário europeu da Ciência e Inovação Carlos Moedas disse nesta quarta-feira em Marvão, distrito de Portalegre, que a tecnologia pode ajudar a reduzir as desigualdades, salientando que é cada vez mais inclusiva e permite maior acesso à economia.

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O comissário europeu da Ciência e Inovação Carlos Moedas disse nesta quarta-feira em Marvão, distrito de Portalegre, que a tecnologia pode ajudar a reduzir as desigualdades, salientando que é cada vez mais inclusiva e permite maior acesso à economia.

"Eu acho que a tecnologia pode ser o grande motor para ajudar a reduzir as desigualdades", disse o responsável europeu à margem da escola de Verão da Comissão Europeia, Summer CEmp, que decorre em Marvão.

Carlos Moedas salientou que a tecnologia pode ser um instrumento alternativo à fiscalidade para reduzir as desigualdades, apontando novas tecnologias como o blockchain ou a computação quântica como exemplos positivos.

O blockchain faz "algo extraordinário na economia" porque elimina os intermediários e põe directamente duas pessoas em contacto para fazer uma transacção, destacou.

"Isto tem a vantagem de trazer para a economia pessoas que muitas vezes nem sequer faziam parte da economia. Além disso, tem a capacidade de registar transacções sem que esse registo possa ser apagado ou destruído por um ditador", acrescentou o comissário europeu.

Embora reconheça que algumas pessoas podem ficar de fora neste mundo digital, Moedas sustentou que a tecnologia é cada vez mais inclusiva e fácil de usar, possibilitando o "acesso a todos", inclusivamente às crianças, e que mesmo as gerações mais velhas podem adaptar-se se tiverem "os instrumentos necessários".

Em alguns países africanos, continuou, foi a tecnologia que "lhes trouxe a primeira experiência bancária" e permitiu às mulheres controlar a conta bancária das famílias através do telemóvel.

Sobre o contributo que a Comissão Europeia pode dar para aumentar a inclusão tecnológica deu como exemplo um projecto que permitiu a todas as pequenas cidades e vilas europeias ter internet gratuita em espaços públicos.

Perante a plateia de jovens participantes do Summer CEmp que hoje estiveram à conversa com o comissário europeu no jardim do Castelo de Marvão, Carlos Moedas mostrou uma visão optimista, destacando os aspectos positivos da inovação tecnológica e incentivou: "não tenham medo das máquinas".

O Summer CEmp, que decorre até sexta-feira em Marvão, prevê formatos práticos de aprendizagem como debates, exercícios práticos e conversas para melhorar o conhecimento sobre o projecto europeu e envolver "os futuros líderes de opinião" no debate sobre os possíveis cenários após os 60 anos da fundação da União Europeia.

A iniciativa da representação portuguesa da Comissão Europeia conta com meia centena de jovens universitários, de todo o país, que vão debater o futuro da Europa com alguns dos seus principais protagonistas.

Entre os participantes deste "seminário intensivo e interactivo" incluem-se, além do comissário Carlos Moedas, o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, os ministros da Educação, Tiago Brandão Rodrigues e da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e vários eurodeputados.

Segundo um comunicado da organização, os universitários, entre os 18 e os 30 anos e provenientes de todo o país, foram seleccionados "por concurso, com base no seu perfil e motivação" e têm formação em várias áreas, das relações internacionais à ciência política, passando pelo jornalismo, economia, engenharias e medicina.