Neil Gaiman, Murakami, Kim Thúy e Maryse Condé são os finalistas ao prémio alternativo ao Nobel

O vencedor será anunciado a 12 de Outubro e receberá o prémio a 9 de Dezembro.

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O japonês Haruki Murakami é um favorito recorrente ao Nobel da Literatura DR

Os escritores Haruki Murakami, Kim Thúy, Maryse Condé e Neil Gaiman são os quatro finalistas ao prémio alternativo ao Nobel da Literatura, anunciou esta quarta-feira a Nova Academia, responsável pela iniciativa.

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Os escritores Haruki Murakami, Kim Thúy, Maryse Condé e Neil Gaiman são os quatro finalistas ao prémio alternativo ao Nobel da Literatura, anunciou esta quarta-feira a Nova Academia, responsável pela iniciativa.

Os quatro escritores que estão agora na corrida final para o Prémio de Literatura da Nova Academia, criado como protesto contra o cancelamento do Prémio Nobel, foram votados pelo público, a partir de uma lista de 47 autores de todo o mundo, nomeados por bibliotecários suecos.

A votação, que decorreu no site da Nova Academia, abriu ao público em Julho e encerrou a 14 de Agosto, tendo sido definido desde o início que dois dos finalistas seriam mulheres e os outros dois seriam homens.

O escritor inglês Neil Gaiman, residente nos Estados Unidos, iniciou a carreira como jornalista, mas acabaria por abandonar a profissão, após conhecer o sucesso enquanto autor de novelas gráficas como The Sandman, série publicada pela Vertigo que o transformou num autor de culto. Recebeu vários prémios internacionais e é autor de obras como Coraline, A Estranha Vida de Nobody Owens e O Oceano no Fim do Caminho.

O japonês Haruki Murakami, igualmente finalista, é conhecido pela sua fusão de cultura pop com um forte realismo mágico, sendo um autor multipremiado e que já foi várias vezes apontado como candidato ao Nobel. Entre a sua bibliografia contam-se livros como Norwegian Wood, Crónica do Pássaro de Corda, Kafka à beira-mar e IQ84.

Quanto às finalistas, a vietnamita Kim Thúy, que cresceu no Canadá, após ter abandonado o seu país como refugiada aos dez anos, é conhecida pelas suas "histórias curtas e elegantes" sobre a condição de refugiado e de imigrante, bem como pelas cores, pelos aromas e pelos sabores que emanam das suas histórias sobre o Vietname, sem ocultar os perigos do exílio e a busca de identidade. Ru (publicado em Portugal pela Alfaguara), ManVi estão entre as obras seleccionadas pela Nova Academia.

A quarta finalista é a escritora da Guadalupe Maryse Condé. Feminista e activista, vive nos Estados Unidos e é considerada uma das autoras mais destacadas das Caraíbas, tendo escrito cerca de 20 romances e recebido vários prémios de prestígio.

Conhecida como uma das mais importantes difusoras da cultura africana nas Caraíbas, Maryse Condé tem descrito como o colonialismo mudou o mundo e como os que são afectados retomam a sua herança. Desirada, Segu, Crossing the Mangrove e Who Slashed Celanire's Throat? são algumas das obras que escreveu, ainda sem qualquer edição em Portugal.

A Nova Academia foi fundada este ano por várias figuras da cultura sueca, entre as quais jornalistas e autores, como forma de protesto pelo cancelamento da atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 2018 por parte da Academia Sueca, na sequência do escândalo de assédio sexual que abalou a instituição.

O vencedor será anunciado a 12 de Outubro e a cerimónia formal de entrega do prémio terá lugar a 9 de Dezembro.

A Nova Academia será dissolvida após a cerimónia formal de Dezembro.