Número de incêndios rurais é o segundo mais baixo dos últimos dez anos
Foram registados 7670 incêndios até 15 de Agosto. As queimadas estiveram na origem de 66% dos fogos rurais.
De 1 de Janeiro a 15 de Agosto, o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) contabilizou 7670 incêndios rurais. O número é o segundo mais baixo da última década, apenas ultrapassado pelos 6400 registados durante o mesmo período em 2014. O valor de 2018 está longe da média registada nos últimos dez anos: 12.864 fogos.
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De 1 de Janeiro a 15 de Agosto, o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) contabilizou 7670 incêndios rurais. O número é o segundo mais baixo da última década, apenas ultrapassado pelos 6400 registados durante o mesmo período em 2014. O valor de 2018 está longe da média registada nos últimos dez anos: 12.864 fogos.
No que diz respeito à área ardida, porém, este ano contabilizaram-se 34.791 hectares. Uma média de 4,5 hectares por cada incêndio rural. E não está muito longe da média de 2008 a 2018: 5,3 hectares. Superior a este valor, só em 2017, 2016 e 2010. Os dados são apresentados no Relatório Provisório de Incêndios Rurais publicado pelo ICNF.
Este ano também está entre aqueles em que se registou um menor número de grandes incêndios (aqueles que queimam mais do que 100 hectares). Foram nove e resultaram em 28.685 hectares atingidos - 82% do total de área ardida. Em 2008 contabilizaram-se sete incêndios de larga escala.
Dos 3421 incêndios cuja investigação foi conclusiva (responsáveis por 17% do total de área ardida), 66% foram causados por queimadas — quase o dobro da média dos últimos dez anos. O incendiarismo é a causa de 14% dos incêndios. As queimadas nunca tinham ocupado uma proporção tão significativa nos fogos dos últimos dez anos.
Porto com mais ocorrências
No que respeita à distribuição dos incêndios por distrito, "destacam-se com maior número de ocorrências, e por ordem decrescente, os distritos de Porto (1275), Braga (729) e Aveiro (693)”, lê-se no relatório do ICNF. “Em qualquer um dos casos, os incêndios são maioritariamente de reduzida dimensão (não ultrapassam um hectare de área ardida).”
“No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de um hectare de área ardida é de 93%. O distrito mais afectado, no que concerne à área ardida, é Faro com 26.942 hectares, cerca de 77% da área total ardida até à data, seguido de Santarém com 1109 hectares (3% do total) e de Braga com 1010 hectares (3% do total)”, acrescenta o relatório.
O documento analisa também a distribuição do número de incêndios por classe de severidade meteorológica. Neste campo, conclui-se que “o valor de área ardida real (34.791 hectares) corresponde a 174% da ‘área ardida ponderada’, o que significa que a área ardida no ano de 2018 é consideravelmente superior à área ardida ‘expectável’ tendo em conta a severidade meteorológica verificada”.
Agosto foi o pior mês em área ardida
Por um lado, o mês de Maio é “aquele que apresenta maior número de incêndios rurais, com um total de 2122 incêndios, o que corresponde a 28% do número total registado no ano”, diz o relatório do ICNF. Por outro lado, foi no mês de Agosto que se registou 84% do total de área ardida registado durante todo o ano. Foram 29.222 hectares.
O mês com menos ocorrências é Janeiro. Também é aquele em que se contabiliza menos área ardida: 140 hectares.