Militares espanhóis assinam manifestos a favor e contra Franco
Cinco oficiais na reserva assinaram um documento em que se elogia Franco como "figura militar", e um cabo no activo deu o seu nome a um manifesto que chama "genocida" ao ditador.
O Ministério da Defesa espanhol abriu um inquérito para ouvir cinco militares na reserva e um cabo do Exército no activo sobre dois manifestos postos a circular nos últimos dias.
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O Ministério da Defesa espanhol abriu um inquérito para ouvir cinco militares na reserva e um cabo do Exército no activo sobre dois manifestos postos a circular nos últimos dias.
Num dos documentos, quase 200 antigos oficiais, na reserva ou já reformados, elogiam a "figura militar" do ditador Franco e dizem que o golpe de Estado de 1936 justificou-se como resposta "a uma Espanha agredida e assediada pelo comunismo internacional".
Em resposta, uma vintena de militares, na maioria também retirados, assinaram um manifesto contra o manifesto de elogio a Franco, acusando o ditador de "liderar um golpe de Estado sangrento e genocida contra a legal e legítima II República espanhola, a feroz guerra civil posterior e uma ditadura militar opressiva e inclemente durante quase 40 anos".
Em ambos os casos foram identificados militares que ainda estão obrigados a cumprir o regime disciplinar das Forças Armadas, não podendo emitir preferências políticas em público.
Os cinco oficiais na reserva que elogiaram Franco podem vir a ser punidos com uma falta disciplinar grave ou muito grave, e com uma pena que varia entre os 15 dias de multa e dois meses de prisão. No caso do cabo do Exército, que se manifestou contra os elogios a Franco, a punição deverá ser mais grave, por estar no activo. Ao contrário dos cinco oficiais, que estão a ser inquiridos pelo Ministério da Defesa, o cabo de Exército será investigado e punido pelos seus superiores hierárquicos.