Lisboa é o “Plano A” da Volvo Ocean Race até Dezembro
Acordo para a permanência da capital portuguesa na rota da prova de vela terá que ficar fechado até ao final deste ano.
Fechado um ciclo de três edições de ligação de Lisboa à Volvo Ocean Race (VOR), o rumo da 14.ª edição da mais longa prova de circum-navegação de vela por equipas está por desenhar. Para já, é certo que o arranque da próxima VOR está agendado para 2021 e que haverá mais uma classe de barcos em competição (IMOCA 60), sendo expectável que o número de paragens seja encurtado de 12 para nove.
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Fechado um ciclo de três edições de ligação de Lisboa à Volvo Ocean Race (VOR), o rumo da 14.ª edição da mais longa prova de circum-navegação de vela por equipas está por desenhar. Para já, é certo que o arranque da próxima VOR está agendado para 2021 e que haverá mais uma classe de barcos em competição (IMOCA 60), sendo expectável que o número de paragens seja encurtado de 12 para nove.
Apesar da redução de stopovers, Rodrigo Moreira Rato, responsável pela comunicação da etapa portuguesa, garante que Lisboa não terá que “ir ao leilão de 12 a 14 cidades europeias que querem entrar na prova” e acredita “que não será difícil a VOR chegar a um entendimento com a Câmara de Lisboa.”
O primeiro rasto português na VOR surgiu em 1989-90, com a participação de João Cabeçadas, mas apenas em 2011-12, na 11.ª edição, Portugal entrou na rota da prova, após Lisboa ser escolhida como stopover.
O sucesso da organização abriu caminho a uma ligação que se foi reforçando e, na edição que terminou no final de Junho, a impressão digital de Portugal ficou bem vincada: boatyard (estaleiro) e stopover em Lisboa; uma equipa (Turn The Tide On Plastic) com bandeira portuguesa; três velejadores nacionais (António Fontes, Bernardo Freitas e Frederico Melo) em duas das sete tripulações.
Fechado um ciclo de três edições, Rodrigo Moreira Rato confia que estão reunidas as condições para “manter o casamento entre Lisboa e a VOR”. Em declarações ao PÚBLICO, o responsável pela etapa portuguesa revela que “até Dezembro terá que haver a manifestação clara da cidade e terá que se transformar isso num acordo”, havendo “um compromisso por parte da VOR” com a capital portuguesa. “O desenho da prova tem sido pensado com Lisboa e, até ao final do ano, não se procura um ‘Plano B’”.
Local único
Para além dos benefícios económicos que uma estrutura como o boatyard pode trazer - “representa 50% das dormidas da Web Summit em Lisboa” -, Moreira Rato realça “a data perfeita” para acolher a prova: “Em 2021 celebram-se os 500 anos da circum-navegação de Fernão de Magalhães e Lisboa será Capital Europeia do Desporto.”
O discurso do responsável pelo boatyard é similar. Com um currículo como velejador de respeito, Neil Cox diz que “desde o primeiro stopover, ficou claro que Lisboa era um local único que iria funcionar como base”. Este australiano, que participou em quatro VOR e três America’s Cup, considera que “parte do sucesso na última edição deve-se ao que foi feito no boatyard” e, em conversa com o PÚBLICO, deixa o desejo que “todos trabalhem em conjunto para manter a VOR em Lisboa”.
Profundo conhecedor do boatyard de Lisboa, onde trabalhou no refit dos VO65 antes de conquistar um lugar de relevo na tripulação da SHK Scallywag, António Fontes garante que “todas as equipas adoram treinar em Portugal e ninguém na VOR quer ir para outro o lado”, pelo que agora “a decisão é política”. “Tirando o Ericsson 4, que treinou nas Canárias, nas últimas edições todas as tripulações que ganharam a VOR treinaram a partir de Portugal. Já temos esse nome que devemos capitalizar”, conclui o velejador.