Aliança é o novo partido de Santana Lopes

Ex-social-democrata quer "unir, na política e no país", como diz este sábado ao semanário Expresso. Há duas semanas, o antigo primeiro-ministro despediu-se do PSD numa carta aberta.

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Nuno Ferreira Santos

O novo partido de Pedro Santana Lopes, que dia 4 formalizou publicamente a sua saída do PSD, onde militava há 40 anos, chama-se Aliança e vai ser apresentado no início da próxima semana, avança este sábado o semanário Expresso. Depois de ter sido derrotado por Rui Rio na corrida à liderança social-democrata, o antigo primeiro-ministro disse há duas semanas numa carta aberta que o seu anterior partido "ligava pouco" às suas ideias e que agora quer "construir" e "unir, na política e no país". Menos impostos e reforma europeia são algumas das suas bandeiras. 

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O novo partido de Pedro Santana Lopes, que dia 4 formalizou publicamente a sua saída do PSD, onde militava há 40 anos, chama-se Aliança e vai ser apresentado no início da próxima semana, avança este sábado o semanário Expresso. Depois de ter sido derrotado por Rui Rio na corrida à liderança social-democrata, o antigo primeiro-ministro disse há duas semanas numa carta aberta que o seu anterior partido "ligava pouco" às suas ideias e que agora quer "construir" e "unir, na política e no país". Menos impostos e reforma europeia são algumas das suas bandeiras. 

Aliança, com um logótipo azul claro como símbolo, tem como lema "unir respeitando a diferença e as diferenças". É apresentado como "um partido personalista, liberalista e solidário. Europeísta, mas sem dogmas, sem seguir qualquer cartilha e que contesta a receita macroeconómica de Bruxelas", como diz o seu líder e fundador ao Expresso. "Queremos garantir representação política que nos permita participar no processo de decisão, seja no Governo seja na oposição." Vai apostar numa aplicação para telemóveis e no crowdfunding para reunir os seus militantes ao invés de sedes físicas - "entrámos numa nova era de comunicação política".

Na sua carta aberta de despedida do PSD, publicada dia 4 no diário online Observador, Santana Lopes dizia querer “intervir politicamente num espaço em que não se dê liberdade de voto quando se é confrontado com a agenda moral da extrema-esquerda”, por exemplo. Agora, o nome do seu partido evoca imediatamente a memória da Aliança Democrática, a coligação centro-direita que uniu em 1979 o PSD de Francisco Sá Carneiro, de quem Santana Lopes sempre se perfilou como discípulo, o CDS de Freitas do Amaral e o PPM de Gonçalo Ribeiro Telles - a AD foi a primeira força deste espectro político a governar no Portugal do pós-25 de Abril. Esse governo durou um ano, em 1980, caindo na sequência da morte de Sá Carneiro na queda sobre Camaratedo avião em que viajava.

Mas Santana Lopes não quis comentar essa associação ao Expresso, que adianta que o nome foi aprovado depois de ter passado pelo escrutínio de um "focus group" após um estudo de mercado.

O Expresso cita excertos da declaração de princípios do Aliança, das quais consta a defesa de uma reforma da União Europeia e de alternativas ao Serviço Nacional de Saúde e à Segurança Social, a "forte redução da carga fiscal" e "políticas de consolidação da dívida pública que não limitem tanto a margem de manobra orçamental" são algumas das suas linhas. A aposta na cultura, inovação e mar, o combate à desertificação ou a força da justiça, bem como a valorização da "dimensão espiritual da pessoa" e a rejeição de "visões utilitaristas e egoístas da vida humana" podem aludir, considera também o semanário, a temas fracturantes que o opuseram à actual liderança do seu partido no que tocou à despenalização da eutanásia. Quanto ao sistema político, advoga a criação de um Senado que represente as regiões do país.