Morreu o arquitecto portuense Francisco Barata Fernandes

Professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, devem-se-lhe projectos como o da cooperativa de habitação de Massarelos ou a reabilitação da praça da Cadeia da Relação.

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O arquitecto Francisco Barata Fernandes, autor do projecto de reabilitação da praça da Cadeia da Relação, no Porto, morreu esta quinta-feira, aos 67 anos, informou a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. 

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O arquitecto Francisco Barata Fernandes, autor do projecto de reabilitação da praça da Cadeia da Relação, no Porto, morreu esta quinta-feira, aos 67 anos, informou a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. 

Nascido em 1950 no Porto, diplomou-se na Escola Superior de Belas Artes da cidade e doutorou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), da qual foi professor catedrático, tendo ainda presidido ao respectivo conselho directivo, entre 2006 e 2010, e ao conselho científico, no mandato 2014-2018.

Francisco Barata Fernandes "será sempre um nome incontornável da Escola do Porto, deixando uma marca indelével na Faculdade, à qual se dedicou por inteiro, assim como um contributo significativo na prática da arquitectura portuguesa", diz a FAUP, citada pela agência Lusa. 

O arquitecto venceu o prémio Instituto Nacional de Habitação (INH) em 1996, com o seu projecto da Cooperativa de Habitação de Massarelos, no Porto, desenvolvido com o arquitecto Manuel Fernandes de Sá, e foi também distinguido em 2014 com o Prémio João de Almada, em conjunto com os arquitectos Nuno Valentim e José Luís Gomes, pelo projecto de reabilitação do edifício de 1928 da rua Alexandre Braga, da autoria do arquitecto José Marques da Silva.

Associado do gabinete de arquitectura Barata Arquitectos, a sua obra construída localiza-se em particular no Porto e no Norte de Portugal e inclui, além da já referida Cooperativa de Massarelos, o projecto de conservação e recuperação do Castelo de Santa Maria da Feira, a recuperação da Igreja Matriz de Vimioso, ou a reabilitação do Pátio de S. Miguel, em Évora. No âmbito da capital da cultura Porto 2001, ficou-se-lhe a dever a reabilitação da Praça da Cadeia da Relação e do Largo do Olival, e ainda o projecto da Rua do Almada. Foi também responsável pelo projecto da Marginal de S. Paio, em Canidelo, Vila Nova de Gaia.

Ao longo da sua carreira académica desenvolveu investigação sobre política de desenvolvimento urbano e recuperação de centros históricos em Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi ainda autor de diversas publicações, entre as quais a tese de doutoramento Transformação e Permanência na Habitação Portuense  As Formas da Casa na Forma da Cidade (1999), que foi a sua tese de doutoramento.

Francisco Barata colaborava actualmente com a Câmara do Porto no âmbito do processo de revisão do Plano Director Municipal (PDM), tendo sido o autor de um estudo urbanístico para a Praça da Corujeira e para a futura praça fronteira ao antigo Matadouro Municipal

A cremação do corpo do arquitecto está marcada para este sábado, às 11h, no Tanatório de Matosinhos.