Os brasileiros Filipe Catto e Silva estreiam novos discos no Sol da Caparica

São as vozes brasileiras do festival e estreiam novos discos no dia de abertura: Filipe apresenta Catto e Silva traz Brasileiro.

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Filipe Catto e Silva, ambos da nova geração de cantores e compositores brasileiros, são nomes já conhecidos do público português. Têm todos os seus discos gravados e editados nesta década e vêm apresentar os mais recentes, em estreia portuguesa, no primeiro dia do festival Sol da Caparica, que começa esta quinta-feira, dia 16, e se prolonga até 19 de Agosto. Filipe vem apresentar Catto (2017), sucessor de Fôlego (2011), Entre Cabelos, Olhos e Furacões (2013) e Tomada (2015); e Silva traz as sonoridades de Brasileiro (2018), o seu quinto álbum depois de Claridão (2012), Vista Pro Mar (2014), Júpiter (2015) e Silva Canta Marisa (2017, só com canções de Marisa Monte).

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Filipe Catto e Silva, ambos da nova geração de cantores e compositores brasileiros, são nomes já conhecidos do público português. Têm todos os seus discos gravados e editados nesta década e vêm apresentar os mais recentes, em estreia portuguesa, no primeiro dia do festival Sol da Caparica, que começa esta quinta-feira, dia 16, e se prolonga até 19 de Agosto. Filipe vem apresentar Catto (2017), sucessor de Fôlego (2011), Entre Cabelos, Olhos e Furacões (2013) e Tomada (2015); e Silva traz as sonoridades de Brasileiro (2018), o seu quinto álbum depois de Claridão (2012), Vista Pro Mar (2014), Júpiter (2015) e Silva Canta Marisa (2017, só com canções de Marisa Monte).

Como um prato de comida

Nascido em 1987 em Lageado, Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Filipe Catto estava desmotivado com a pressão para gravar quando encontrou Felipe Puperi, que viria a ser produzir o seu novo disco. “Foi um encontro super casual, em Porto Alegre, quando eu me tinha separado e voltado para reencontrar as minhas memórias. A gente se adorou e ficou musicalmente muito ligado.” Filipe pediu-lhe então que trabalhasse numa música que tinha feito com Zélia Duncan, e esse foi o início do disco. “Eu precisava de um companheiro musical que estivesse disposto a fazer um trabalho de forma mais artesanal, mais longa.” E foi o que aconteceu. Catto levou 9 meses a gravar e, nele, Filipe incluiu a Canção de engate, de António Variações, que já vinha a cantar ao vivo há anos. “Ela começou a se encaixar na música que eu tinha dado para o Felipe. E voltámos de Portugal [onde ele esteve a apresentar Tomada, ao vivo] com vontade de gravar. E desde a parte musical até aos arranjos, cada mínimo detalhe, foi uma coisa como eu nunca tinha sentido: fazer um disco de forma muito prazerosa, como se estivesse a fazer um prato de comida.”

O disco, além da canção da Variações e da parceria com Zélia Duncan (Só por ti), retoma um tema de Marina Lima com Antônio Cícero (Arco de luz) e inclui vários originais de compositores como César Lacerda, Rómulo Froes, Bruno Capinan ou o próprio Filipe Catto (Lua deserta). Mas fecha com um tema que ele conheceu “a caminho de um bar” (Eu não quero mais, de Igor de Carvalho e Juliano Holanda, que termina com esta frase provocatória: “Eu quero mais é que você se foda”: “O Igor mostrou-me a música e eu comecei a rir, porque nem sabia quem era o compositor. Mas quando a ouvi, no carro (ia a caminho de um show), eu disse ‘vou gravar essa música’. E ficou a fechar, porque depois dessa frase eu não posso dizer mais nada.” No festival, com Filipe Catto (voz) estarão Alexandre Bernardo (guitarra), Vasco Moura (baixo) e Bruno Vítor (bateria).

Percussivo e dançante

Silva, nascido em 1988 em Vitória, no estado do Espírito Santo, lançou Brasileiro há dois meses, no Brasil. “É um disco que reforça as minhas raízes brasileiras mas numa forma contemporânea, não é um som tradicional mas um som reformulado. E o que levo a Portugal é um pouco disso tudo que eu estou fazendo agora. E como é um festival, e tenho um tempo reduzido, acho que vou combinar este disco com alguns temas que foram importantes na minha carreira. Vai ser um show bem solar.”

Brasileiro, em comparação com os discos anteriores de Silva, tem características menos usuais no seu trabalho. “É um disco onde eu me envolvo mais com o violão, que reflecte bastante a cultura brasileira. O violão virou uma coisa emblemática para a música brasileira e aqui eu toco mais. Já vinha tocando um pouco no disco Silva Canta Marisa, mas desde então eu venho tocando coisas um pouco mais difíceis, procurando a harmonia da música brasileira, mais complexa e dissonante. Mas fiz isso do meu jeito, de uma forma que conversa mais com a geração que me está ouvindo agora. É um disco bem percussivo, bem dançante, com samba, pagode, axé, afoxé, coisas afro-brasileiras. E com influência das coisas de que eu mais gosto no Brasil: muito João Gilberto, Caetano, Gil, João Donato, muita coisa que eu cresci ouvindo e que faz parte de mim, de alguma forma.”

O disco tem sobretudo composições de Silva (com parcerias: Arnaldo Antunes, Ronaldo Bastos, Anitta) mas, entre elas, está um original de um compositor “pouco conhecido” de Pernambuco, Dé Santos (Prova dos nove): “Ele já nem toca mais, trabalha como pesquisador, biólogo. Conhecia a música dele por acaso, um amigo me mostrou, fiquei apaixonado e pedi autorização para gravar.”

No festival Sol da Caparica, com Silva (voz, violão e guitarras) estarão o multi-instrumentista Lucas Arruda, o baterista Hugo Coutinho e um grupo de metais do Cais do Sodré Funk Connection.