Boas na investigação, más na empregabilidade

Há várias universidades portuguesas que têm estado representadas nos principais rankings que comparam o desempenho das instituições do ensino superior. Mas nem todos os resultados são bons.

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Universidade de Lisboa está presente em todos os rankings Rita Chantre

Os rankings que comparam o desempenho das universidades de diferentes países passaram a ser uma indústria em expansão, como se comprova também pela entrada de empresas de consultoria neste mercado que, de início, era reservado a centros de investigação universitários ou a revistas da especialidade.

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Os rankings que comparam o desempenho das universidades de diferentes países passaram a ser uma indústria em expansão, como se comprova também pela entrada de empresas de consultoria neste mercado que, de início, era reservado a centros de investigação universitários ou a revistas da especialidade.

Nestas listagens das instituições do ensino superior, as universidades portuguesas têm conseguido estar representadas naquelas que são mais conhecidas. O ranking mais antigo (começou a ser elaborado em 1994) é feito pela revista Times Higher Education, agora em colaboração com a empresa de comunicação Thomson Reuters, e na sua edição de 2018 escolheu as 1000 melhores universidades do mundo. Entre elas estão nove portuguesas: Aveiro, Coimbra, Lisboa, Nova de Lisboa e Porto estão no intervalo entre os lugares 501 e 600; Algarve, Beira Interior, ISCTE e Minho ocupam o patamar seguinte (601-800).

Entre os indicadores que são tidos em conta para a elaboração deste ranking figuram, entre outros, a capacidade que a universidade tem para atrair alunos e graduados de outros países, o ambiente de aprendizagem, a capacidade para ajudar a indústria com inovações ou o número de citações de artigos publicados por elementos da instituição. Dois exemplos: a Universidade do Minho é a que melhor se situa na capacidade de ajudar a indústria e a do Porto a que tem cotação mais alta no que toca às condições de aprendizagem.

O segundo ranking mais antigo começou a ser elaborado em 2003 pela universidade chinesa Jiao Tong. É mais conhecido como o ranking de Xangai, agora a cargo de uma empresa de consultadoria, a ShanghaiRanking, e todos os anos apresenta a lista das 500 melhores universidades do mundo, tendo em conta critérios como o número de antigos alunos e de professores que receberam o Prémio Nobel ou as Medalhas Fields, no caso da Matemática. Apesar de não se distinguir nestes dois domínios, Portugal tem estado presente desde a primeira edição (ver texto nestas páginas), com a Universidade de Lisboa a ser a primeira classificada a nível nacional.

A partir de 2012, começou também a ser proposta uma ordenação feita pelo Centro para os Rankings Universitários Mundiais (CWUR, na siga inglesa), que é elaborada por uma empresa de consultoria, com sede na Arábia Saudita e que se apresenta como o maior do género. Aqui é avaliada a qualidade da educação, a empregabilidade dos graduados ou o prestígio da investigação realizada, entre outros critérios.

 Há seis universidades portuguesas entre as 1000 distinguidas neste ranking (Lisboa, Porto, Coimbra, Nova de Lisboa, Minho e Aveiro), sendo que o ponto forte de todas é a qualidade da investigação científica, enquanto o pior é o da empregabilidade dos seus licenciados. À excepção da Universidade do Porto, as instituições portuguesas também têm resultados fracos no que respeita à qualidade da formação que ministram.

A partir de 2016, a empresa multinacional Quacquarelli Symond começou também a elaborar um ranking das universidades ( QS World University Rankings), onde são medidos aspectos como a reputação das instituições, na academia e entre os empregadores, e a sua internacionalização.

Há sete instituições portuguesas neste ranking (Universidade do Porto, Lisboa, Nova de Lisboa, Aveiro, Minho e Católica). Nesta ordenação as universidades portuguesas são penalizadas sobretudo devido à sua má prestação no indicador de reputação entre os empregadores. Em todos estes rankings, que não esgotam o universo existente, há uma constante: os lugares de topo estão sempre ocupados por universidades norte-americanas.