Manutenção e reparação em tempo “são o segredo da longevidade” das pontes
Existem dois tipos de inspecção, explica Rui Coutinho, director de gestão de activos da Infraestruturas de Portugal: as principais, realizadas a cada seis anos, e as de rotina, feitas todos os anos.
A Infraestruturas de Portugal (IP) é a entidade responsável, no nosso país, pela fiscalização de mais de sete mil obras de arte (onde se incluem as pontes rodoviárias, ferroviárias ou viadutos). Rui Coutinho, director de gestão de activos da IP, explica que existem em Portugal dois tipos de inspecção pelas quais as estruturas passam: as principais realizadas a cada seis anos e as de rotina, feitas todos os anos.
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A Infraestruturas de Portugal (IP) é a entidade responsável, no nosso país, pela fiscalização de mais de sete mil obras de arte (onde se incluem as pontes rodoviárias, ferroviárias ou viadutos). Rui Coutinho, director de gestão de activos da IP, explica que existem em Portugal dois tipos de inspecção pelas quais as estruturas passam: as principais realizadas a cada seis anos e as de rotina, feitas todos os anos.
Quem é em Portugal o responsável pela fiscalização das pontes?
A IP é responsável pela gestão de um parque de 7200 obras de arte. Existem também contratos de concessão rodoviários, ferroviários, subconcessões, as câmaras municipais também têm um parque de obras de arte muito vasto.
Existe um plano de fiscalização com períodos definidos para vistoria?
Podem ser inspecções mais detalhadas a que chamamos inspecções principais, e que regra geral ocorrem de seis em seis anos, ou inspecções de rotina, que têm uma base anual e servem para identificar eventuais anomalias ou confirmar que a manutenção corrente é suficiente.
A que resultados têm chegado?
A todas as conclusões. Temos milhares de obras de arte e, portanto, há casos em que se verifica que a manutenção corrente é suficiente; há casos em que implica uma manutenção mais aprofundada; noutros, reabilitação, e noutros a substituição. Vamos fazendo as intervenções na medida em que são necessárias.
Em que tipo de situações pode haver a decisão de fechar a ponte ao trânsito?
Podem existir circunstâncias extremas, como casos de um fenómeno sísmico em que não se consiga avaliar no momento a condição estrutural. Em geral, os encerramentos são sempre ao abrigo de intervenções de reabilitação e muitas vezes essas obras não obrigam a que a ponte não tenha utilização.
Há uma média de valor anual de investimento na recuperação e intervenção de obras de arte?
Esses valores podem variar muito de ano para ano, dependendo das obras de arte que estão a ser intervencionadas. Desde 2010 até 2017 foram feitos cerca de 250 milhões de euros em investimentos de reabilitação e manutenção de obras de arte, quer rodoviárias quer ferroviárias.
Recentemente falou-se sobre a Ponte 25 de Abril. Quando poderão começar as obras de manutenção?
Está prevista uma empreitada no valor de 18 milhões euros. Encontra-se em fase de contratação. Esperamos que no final no ano seja possível iniciarmos a intervenção na Ponte 25 de Abril. Dependerá dos prazos de contratação.
Há um tempo médio de vida para as pontes?
Varia. Não há um padrão para a vida útil das pontes. Podem ser centenárias, podem também durar menos. Geralmente, porque os requisitos que estão associados do ponto de vista de utilização superam a sua capacidade. Têm, por vezes, de ser substituídas ou reforçadas para serem adaptadas às circunstâncias.
O elemento externo que pode ter mais influência no tempo de sobrevivência de uma estrutura destas tem a ver sobretudo com o tráfego?
O tráfego é importante, a forma como se utiliza a ponte, um tráfego que seja adequado às condições de projecto em que a ponte foi construída. É evidente que a manutenção e a reparação das anomalias dentro das janelas temporais adequadas são o segredo da longevidade das obras de arte.