Saída de Ronaldo transforma Liga espanhola em “one Messi show”

A saída de Ronaldo do Real Madrid põe fim a uma das mais intensas rivalidades na história do futebol.

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Os dois jogadores disputaram os títulos espanhóis durante os últimos anos Reuters/ALBERT GEA

A Liga espanhola entra na era pós-Cristiano Ronaldo, referência absoluta do Real Madrid nesta década, cuja transferência para a Juventus deixa o "palco" livre para Lionel Messi, o principal responsável pelos sucessos recentes do rival FC Barcelona.

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A Liga espanhola entra na era pós-Cristiano Ronaldo, referência absoluta do Real Madrid nesta década, cuja transferência para a Juventus deixa o "palco" livre para Lionel Messi, o principal responsável pelos sucessos recentes do rival FC Barcelona.

O avançado argentino liderou o clube catalão na conquista de sete títulos espanhóis nos últimos 10 anos — entre os quais o da época passada —, aos quais o goleador português apenas conseguiu responder por duas vezes, em 2012, sob o comando do compatriota José Mourinho, e em 2017.

A saída de Ronaldo, que em nove épocas se tornou o melhor marcador de sempre do Real Madrid, com 451 golos em 438 jogos, põe fim a uma das mais intensas rivalidades na história do futebol, pelo menos no campeonato espanhol, que proporcionou a ambos um recorde de cinco Botas de Ouro.

Se, sob a "batuta" do avançado português, o Real Madrid se tornou dono e senhor da Liga dos Campeões, que conquistou em 2014, 2016, 2017 e 2018, na Liga espanhola o clube da capital tem vivido à sombra do FC Barcelona, tendo, inclusive, terminado no terceiro lugar na última temporada.

Os "merengues" utilizaram parte dos 100 milhões de euros pagos pela Juventus pela transferência de Cristiano Ronaldo para contratar ao Chelsea o guarda-redes belga Thibaut Courtois, a mais sonante aquisição do Real Madrid, que mantém no plantel o defesa português Fábio Coentrão.

Com Cristiano Ronaldo saiu também o treinador francês Zinedine Zidane, substituído por Julen Lopetegui, antigo técnico do FC Porto, que deixou o comando da selecção de Espanha de forma atribulada, em vésperas do jogo de estreia no Mundial 2018, frente a Portugal.

O FC Barcelona, que já entrou da melhor forma na nova temporada, ao conquistar a Supertaça espanhola com um triunfo por 2-1 sobre o Sevilha, manteve os jogadores mais influentes do plantel, do qual continua a fazer parte o português Nélson Semedo, tendo-se reforçado com o chileno Arturo Vidal.

Messi, melhor marcador da Liga nos últimos dois anos, continua a ser a estrela mais brilhante de uma rica constelação, da qual fazem parte também o croata Ivan Rakitic, o brasileiro Philippe Coutinho, o francês Ousmane Dembélé e o uruguaio Luis Suárez, sob o comando técnico de Ernesto Valverde.

Ao Atlético de Madrid, que contratou Gelson Martins, depois de o extremo português ter rescindo unilateralmente com Sporting, alegando justa causa, deverá estar reservado o papel dos últimos anos, de esperar pelos deslizes dos dois colossos para reeditar o título alcançado em 2014.

Se a competição perdeu Cristiano Ronaldo, ganhou a entrada de três novos internacionais português: o médio William Carvalho, contratado pelo Betis ao Sporting, o ponta-de-lança André Silva, emprestado pelo AC Milan ao Sevilha, além de Gelson Martins.

As duas equipas mais "portuguesas" em Espanha são agora o Eibar, com o defesa Paulo Oliveira e o avançado Bebé, e o recém-promovido Huesca, com os defesas Lusinho e Rúben Semedo, emprestado pelo Villarreal, depois de ter estado 142 dias em prisão preventiva, acusado de vários crimes.

Os defesas Daniel Carriço e Rúben Vezo preparam-se para cumprir a sexta época no Sevilha e no Valência, respectivamente, enquanto os colegas de sector Antunes, no Getafe, e Kévin Rodrigues, na Real Sociedad, completam o 'contingente' luso no campeonato espanhol.