Nova Caledónia restringe pesca e turismo para proteger recifes e baleias

Esta medida representa um esforço para a protecção recifes corais existentes na região, e, ao mesmo tempo, criar um santuário para as baleias-corcunda e outras espécies marinhas.

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TARIK TINAZAY

A Nova Caledónia, território francês situado no oceano Pacífico, impôs esta terça-feira restrições de circulação a embarcações turísticas e de pesca. Esta medida representa um esforço para a protecção dos recifes corais existentes na região e, ao mesmo tempo, serve para criar um santuário para as baleias-corcunda e outras espécies marinhas. As restrições foram conhecidas esta terça-feira através de um comunicado do governo local.

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A Nova Caledónia, território francês situado no oceano Pacífico, impôs esta terça-feira restrições de circulação a embarcações turísticas e de pesca. Esta medida representa um esforço para a protecção dos recifes corais existentes na região e, ao mesmo tempo, serve para criar um santuário para as baleias-corcunda e outras espécies marinhas. As restrições foram conhecidas esta terça-feira através de um comunicado do governo local.

A medida afectará o Parque Natural do Mar de Coral, que é a quarta maior área marítima protegida do mundo, com cerca de 1,3 milhões de quilómetro quadrados, abrigando 41% dos recifes de coral da Nova Caledónia, segundo a agência Reuters. 

As novas restrições, que ajudarão a proteger este habitat marítimo e as suas espécies, abrangerão 28 mil quilómetros quadrados do tamanho total do parque, onde a pesca será estritamente proibida. A fiscalização será feita com a colaboração da marinha francesa.

Como o turismo é uma das principais fontes de receita do arquipélago com 260 mil habitantes, os recifes ainda poderão ser visitados, mas somente por grupos pequenos previamente autorizados. Estima-se que a Nova Caledónia receba cerca de 600 mil turistas por ano. 

Vários países têm tomado medidas idênticas pela defesa da vida marinha, enfrentando, em grande parte dos casos, os interesses comerciais relacionados com as indústrias do turismo e da pesca. Em Abril, a Austrália anunciou que iria investir mais de 300 milhões de dólares para proteger a Grande Barrreira de Coral, que se encontra ameaçada sobretudo pela poluição e pesca ilegal.

Este arquipélago do Pacífico abriga uma rica variedade de fauna selvagem, incluindo 2,5 milhões de aves marinhas e mais de 9300 espécies marinhas, como as baleias-corcunda.

Este conjunto de restrições, anunciado esta quarta-feira pelo executivo local, já foi alvo de elogios por parte de várias organizações ambientais. “É este o tipo de liderança que queremos ver no âmbito da conservação dos recifes corais e, por isso, aplaudimos”, afirmou Jonh Tanzer, director da WWF para os assuntos relacionados com os Oceanos, citado pelo jornal britânico Guardian.

Mas algumas organizações ambientais ainda não estão completamente satisfeitas e consideram que esta restrição ainda é insuficiente para uma protecção eficaz da vida marinha daquela região, uma vez que abrange apenas 2% dos 1,3 milhões de quilómetro quadrados da área total do Parque Natural do Mar de Coral. "Apesar de considerarmos esta medida como um grande avanço para a protecção ambiental, estamos convencidos que a Nova Caledónia pode ir mais longe, e ser o exemplo para os outros países do pacífico", reiterou Christophe Chevillon, da organização ambiental Pew Bertrarelli, que trabalhou na elaboração do esboço para este projecto de lei.

Segundo a WWF, os corais, que são de extrema importância para a fauna marítima, pois, apesar de cobrirem apenas 0,1% da superfície do oceano, suportam um quarto das espécies marinhas conhecidas, estão em declínio no mundo, encontram-se ameaçados pelas mudanças climáticas e pela poluição.