Polícia moçambicana divulga nomes de alegados “cabecilhas” dos ataques no Norte
Autoridades pedem à população que colabore para a captura de seis homens que estarão por trás dos ataques na província de Cabo Delgado.
O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique indicou os nomes dos seis homens que terão liderado os ataques armados na província de Cabo Delgado, no Norte do país, pedindo à população colaboração para a captura dos alegados "cabecilhas".
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O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique indicou os nomes dos seis homens que terão liderado os ataques armados na província de Cabo Delgado, no Norte do país, pedindo à população colaboração para a captura dos alegados "cabecilhas".
Rafael Bernardino disse, em declarações reproduzidas nesta segunda-feira pela emissora pública Rádio Moçambique, que os grupos armados que protagonizam ataques em Cabo Delgado são dirigidos por Abdul Faizal, Abdul Remane, Abdul Raim, Nuno Remane, Ibn Omar e um sexto identificado apenas por Salimo.
"Consideramos esses como os cabecilhas", declarou Bernardino Rafael, falando numa parada policial na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, junto à fronteira com a Tanzânia, onde várias empresas internacionais estão a desenvolver a exploração das maiores jazidas de gás natural encontradas na última década.
O responsável exortou a população a colaborar na localização dos responsáveis pelos grupos armados, identificados colectivamente como Ahlu Sunnah Wa-Jama, ou "seguidores da tradição profética", e cujas acções resultaram em comparações com os Boko Haram da Nigéria.
"Apelamos à população para quem souber, quem tiver informações possíveis, que levem à captura desses nomes que nós indicamos, contacte a Polícia da República de Moçambique", declarou o comandante-geral da polícia moçambicana.
Povoações remotas da província de Cabo Delgado, situada entre 1500 a 2000 km a Norte de Maputo, têm sido saqueadas com violência desde Outubro de 2017, provocando um número indeterminado de mortos e deslocados.
Os grupos que têm atacado as aldeias nunca fizeram nenhuma reivindicação nem deram a conhecer as suas intenções, mas investigadores sugerem que a violência poderá estar ligada a redes de tráfico de heroína, marfim, rubis e madeira.
Os ataques acontecem numa altura em que avançam os investimentos de companhias petrolíferas em gás natural na região, mas sem que até agora tenham entrado no perímetro reservado aos empreendimentos.