Charlottesville em alerta no aniversário da manifestação de extrema-direita
Cidade decretou estado de emergência. Organizador da marcha do ano passado promove desfile no domingo em Washington, frente à Casa Branca.
Joan Fenton sabe que não vai fazer grande negócio na sua loja de presentes em Charlottesville este fim-de-semana, com o centro da cidade fechado para o primeiro aniversário da manifestação nacionalista branca em que foi morta uma pessoa. Mas como muitos outros proprietários de lojas, ela abrirá à mesma.
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Joan Fenton sabe que não vai fazer grande negócio na sua loja de presentes em Charlottesville este fim-de-semana, com o centro da cidade fechado para o primeiro aniversário da manifestação nacionalista branca em que foi morta uma pessoa. Mas como muitos outros proprietários de lojas, ela abrirá à mesma.
“Eles querem abrir em solidariedade com a comunidade,” disse Fenton. “Acreditam que não fazê-lo é ceder ao medo e ao terror.”
Responsáveis em Charlottesville garantiram uma forte presença policial – com 1000 oficiais destacados – para impedir que haja qualquer tipo de violência. Foi declarado estado de emergência na cidade.
A manifestação Unite the Right de Agosto passado, que foi organizada como protesto pela remoção de uma estátua da Confederação, transformou a pitoresca cidade universitária, na Virgínia, num cenário caótico com confrontos nas ruas e provocou a morte de uma mulher, quando um manifestante de extrema-direita atropelou uma mulher, que tinha ido ao local para protestar contra a marcha em que se uniram várias forças nacionalistas, fascistas e supremacistas brancas.
Ao organizador da manifestação do ano passado, o nacionalista branco Jason Kessler, foi negada a autorização de comparecer em Charlottesville este ano, mas foi-lhe permitido organizar uma manifestação no domingo em frente à Casa Branca, em Washington D.C.
Representantes de Washington confirmaram na quinta-feira que a polícia estava pronta para a manifestação, mas também para três contramanifestações que estão planeadas e que poderão atrair até 2000 pessoas no total.
Os agentes tentarão manter os dois lados separados, disse o comandante Peter Newsham, da Polícia Metropolitana. As armas serão proibidas na área da manifestação.
Com a controvérsia gerada pelos comentários do Presidente Donald Trump sobre a questão racial, estes eventos irão provavelmente reavivar memórias dos seus comentários sobre Charlottesville culpando os dois lados pela violência. As observações provocaram críticas no meio político à medida que Trump se recusava a censurar os nacionalistas brancos
Não é claro se nacionalistas brancos irão a Charlottesville este fim-de-semana, mas os responsáveis confirmaram estarem a preparar-se para qualquer contingência. A polícia foi fortemente criticada depois do protesto do ano passado, após alguns agentes não intervirem e não pararem lutas e tumultos.
O governador da Virgínia Ralph Northam declarou antecipadamente o estado de emergência na quarta-feira, uma decisão que disponibilizará meios adicionais no caso de uma eventualidade.
Tradução de Ana Silva