Greve de enfermeiros no Hospital de Évora adia cirurgias programadas
Devido ao protesto dos enfermeiros desta unidade hospitalar alentejana, "o bloco operatório só está a funcionar para urgências", pois, a cirurgia de ambulatório (cirurgias programadas) "está com 100% de adesão", diz sindicato.
Cirurgias programadas adiadas e diversos serviços, como ortopedia e cardiologia, condicionados são efeitos da greve de hoje dos enfermeiros no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), que regista uma adesão de 100%, revelou o sindicato do sector.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Cirurgias programadas adiadas e diversos serviços, como ortopedia e cardiologia, condicionados são efeitos da greve de hoje dos enfermeiros no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), que regista uma adesão de 100%, revelou o sindicato do sector.
"A paralisação de hoje no Hospital de Évora está a superar as nossas expectativas", disse à agência Lusa Celso Silva, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou para esta quinta-feira uma greve no HESE.
Segundo o sindicalista, devido ao protesto dos enfermeiros desta unidade hospitalar alentejana, "o bloco operatório só está a funcionar para urgências", pois, a cirurgia de ambulatório (cirurgias programadas) "está com 100% de adesão".
"Os colegas de cirurgia de ambulatório aderiram a 100% e, neste caso, como não há serviços mínimos, não se fez qualquer cirurgia programada" no HESE, estando, contudo, "assegurada a cirurgia de urgência, caso surja", explicou Celso Silva.
A paralisação, continuou, também está a registar os 100% de adesão "em vários serviços", como "o serviço de especialidades médicas, ortopedia, medicina 1, cardiologia, hemodinâmica ou convalescença".
Em números absolutos, assinalou o sindicalista, "deveriam estar sensivelmente 130" enfermeiros de serviço no HESE, mas aderiram à greve "na ordem dos 80".
"Muitos destes colegas têm de assegurar serviços mínimos e, portanto, não significa que estejam totalmente ausentes do serviço. Estão sim de serviço, mas a assegurar serviços mínimos", frisou.
O dirigente do SEP argumentou que esta adesão à paralisação é demonstrativa do "grau de indignação" dos enfermeiros do HESE em relação à necessidade de concretizar as progressões na carreira.
Os enfermeiros, realçou, "estão indignados com aquilo que é a suposta reposição na carreira, ou seja, o suposto descongelamento, que não passa de um discurso político porque, na prática, isso não se verifica".
"Estamos satisfeitos, por um lado, pela adesão à greve, mas continuamos insatisfeitos porque não há resposta do Ministério da Saúde no sentido de resolver este problema", sublinhou Celso Silva.
A greve insere-se numa campanha nacional do SEP, com o lema "Progressão é, afinal, ilusão? Exigimos que não seja", que visa "alertar a opinião pública" para as reivindicações dos enfermeiros.
Na quarta-feira, foram os enfermeiros do Centro Hospitalar de Lisboa Central a estarem em greve. Após o protesto de hoje em Évora, a acção de luta prossegue na sexta-feira, no Instituto Português de Oncologia de Coimbra.