Hospital de Gaia realiza cirurgia inovadora de remoção de tumores nos brônquios
A nova técnica cirúrgica traz benefícios ao doente como uma incisão na pele mais pequena e um risco de mortalidade reduzido, enquanto a redução total do pulmão tem uma taxa de mortalidade operatória entre os 10% e 15%.
O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho (CHVNGE) realizou, pela primeira vez em Portugal, uma nova cirurgia de extracção de tumores nos brônquios, que “surge como alternativa à remoção total do pulmão”, revelou o cirurgião responsável pela intervenção, José Miranda.
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O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho (CHVNGE) realizou, pela primeira vez em Portugal, uma nova cirurgia de extracção de tumores nos brônquios, que “surge como alternativa à remoção total do pulmão”, revelou o cirurgião responsável pela intervenção, José Miranda.
Através de um sistema óptico, com recurso a uma câmara, o novo método consiste numa “incisão na pele de três ou quatro centímetros, no meio das costelas”, que permite retirar a parte do brônquio onde se encontra o tumor, explicou à agência Lusa o cirurgião.
A cirurgia, realizada por via fechada e designada por sleeve lobectomia com reimplantação brônquica por cirurgia toracoscópica uniportal, consiste na reimplantação do brônquio com recurso a técnicas manuais. “A reimplantação brônquica consiste em retirarmos o fragmento do brônquio onde está incluído o tumor. De seguida, fazemos uma sutura manual, de modo a que o brônquio volte a ficar ligado à árvore brônquica”, contou o cirurgião. Para José Miranda, uma das vantagens deste método é a “incisão na pele”, visto que, comparada com a cirurgia clássica realizada por via aberta – designada de reimplantação brônquica por cirurgia toracoscópica uniportal –, “esta é uma incisão de quatro centímetros e não ao longo das costelas”.
Esta nova técnica surge também como “alternativa à remoção total do pulmão”, designada de pneumectomia, que segundo o cirurgião tem uma taxa de mortalidade elevada. “A pneumectomia tem uma [taxa de] mortalidade operatória nos 10% e 15%. Não faz qualquer sentido o paciente correr um risco tão elevado numa cirurgia que é de rotina e não de urgência”, salientou.
A cirurgia, que durou cerca de quatro horas, realizou-se pela primeira vez na última terça-feira, precisamente 70 anos após o CHVNGE, na época apelidado Sanatório Dom Manuel II, ter realizado a primeira cirurgia torácica. Segundo José Miranda, o doente submetido à intervenção inovadora, e que estava a ser preparado há dois meses para a operação, nesta quinta-feira encontrava-se bem-disposto e a “recuperar super-bem”.