Leque, o fiel amigo para uma viagem de eléctrico
Carris garante ter todos os autocarros e eléctricos com ar condicionado a funcionar, mas o calor é tanto que "é difícil que a percepção do cliente seja de que o equipamento está a funcionar perfeitamente".
Nos últimos dias houve em Lisboa um sítio mais quente do que uma rua sem sombra: o eléctrico articulado 15 da Carris. Não é em todos os veículos do género se padece deste mal, mas alguns há em que a abertura de portas é um alívio – o ar quente da rua parece bem mais suportável do que ambiente a bordo.
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Nos últimos dias houve em Lisboa um sítio mais quente do que uma rua sem sombra: o eléctrico articulado 15 da Carris. Não é em todos os veículos do género se padece deste mal, mas alguns há em que a abertura de portas é um alívio – o ar quente da rua parece bem mais suportável do que ambiente a bordo.
O caso não se dá apenas quando o 15 está cheio de passageiros, embora nessas ocasiões, muitíssimo frequentes em Agosto e cada vez mais todo o ano, o cenário piore. Mesmo com o eléctrico a meia capacidade, há uma inelutável sensação de incómodo, provocada pela alta temperatura que se sente lá dentro. O suor escorre nas carecas e ensopa t-shirts. Até os homens usam leque, o único objecto que aparenta ser capaz de combater a canícula.
Avaria do ar condicionado? A Carris garante que não: “Todos os autocarros e eléctricos articulados da Carris têm ar condicionado e estão a funcionar”. Aliás, diz a companhia de transportes públicos que logo na quinta-feira, primeiro dia desta onda de calor inusitada, foi preciso “trocar vários autocarros cujos aparelhos de ar condicionado aparentavam não estar a funcionar em pleno”, para que o impacto para os passageiros fosse o menor possível. “As elevadas temperaturas têm consequências não só para as pessoas como para os equipamentos. O número em causa representou menos de 3,5% de toda a frota, estando, por isso, mais de 95% da frota com ar condicionado a funcionar”, explica a assessoria de imprensa da Carris.
Se os autocarros ainda se podem trocar, nos eléctricos a situação é mais complicada, pois os veículos em circulação não chegam para a elevada procura de lisboetas e turistas, sendo hoje frequente a entrada em cena de autocarros grandes a fazerem as vezes do 15, sobretudo entre o Cais do Sodré e Belém.
Nos primeiros três dias de Agosto houve quatro passageiros que reclamaram de que o ar condicionado não estava a funcionar correctamente no veículo em que viajaram. “É difícil que a percepção do cliente seja de que o equipamento está a funcionar perfeitamente, uma vez que não há ar condicionado que resista com temperatura aceitável, com a constante abertura e fecho de portas a que estão obrigados os autocarros e eléctricos ao longo dos percursos das carreiras”, admite a Carris.
A empresa assegura que “foram reforçadas, desde o início de Junho, mais intensas e profundas acções de manutenção” aos “sistemas mais penalizados – ar condicionado e aquecimentos de motor/caixas de velocidades”.
Agora sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa, a Carris aguarda a chegada de novas viaturas. Fernando Medina dizia há dias, no Twitter, que os primeiros 250 autocarros (de um lote maior) vão começar a aparecer em Setembro. Já a entrada em funcionamento dos 30 novos eléctricos não tem ainda data prevista.