República Democrática do Congo: vacina contra o ébola dada a partir de quarta-feira

Confirmou-se esta terça-feira que a estirpe do vírus é a mesma que foi desenvolvida para a vacina. Até agora há sete mortes confirmadas.

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A vacina contra o novo surto de ébola na República Democrática do Congo começará a ser aplicada a partir desta quarta-feira, informou o Ministério da Saúde do país. Já desde segunda-feira que profissionais de saúde estão a montar frigoríficos para conservar as vacinas que irão ser usadas para combater o décimo surto no país.

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A vacina contra o novo surto de ébola na República Democrática do Congo começará a ser aplicada a partir desta quarta-feira, informou o Ministério da Saúde do país. Já desde segunda-feira que profissionais de saúde estão a montar frigoríficos para conservar as vacinas que irão ser usadas para combater o décimo surto no país.

Dias depois de um surto de ébola que matou 33 pessoas no Noroeste da República Democrática do Congo ter sido declarado como terminado, começou outro. Este novo surto teve início em Mangina, na província de Kivu do Norte, no Nordeste do país.

 Até agora, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), deste domingo há 43 casos suspeitos, 16 dos quais já confirmados. Já foram confirmadas sete mortes e há ainda 27 prováveis. 

“A refrigeração para a vacinação chegou a Beni [cidade no Nordeste do país afectada] a 6 de Agosto”, referiu em comunicado o Ministério da Saúde do país. Normalmente, a vacinação necessita de permanecer a 80 graus Celsius negativos, embora possa ser armazenada cerca de duas semanas um pouco acima de zero graus. “Doze equipas de vacinação irão instalar-se em diferentes áreas afectadas.”

Há mais de três mil doses armazenadas na capital do país, Kinshasa, o que irá permitir às autoridades reagir rapidamente contra este surto perto da fronteira com o Uganda. A vacina experimental, que é fabricada pela empresa farmacêutica Merck, mostrou ter sucesso durante o surto que começou em Abril no país e ocorreu a mais de 2500 quilómetros de distância de Mangina.

Esta terça-feira, Peter Salama, director adjunto para a prontidão e resposta a emergências da OMS, confirmou no Twitter que a estirpe deste surto é a Zaire e que não está relacionada com o surto que foi dado como terminado há duas semanas. Como a vacina foi criada para ser usada contra a estirpe Zaire do vírus, pode assim ser usada agora também.

Tal como no anterior surto, a vacinação deverá ser dada a funcionários de saúde e pessoas que tenham estado em contacto com casos confirmados da doença, disse Barthe Ndjoloko, que supervisiona a resposta ao ébola do Ministério da Saúde congolês. “As equipas estão a fazer investigações no terreno para identificar contactos de casos confirmados, incluindo funcionários de saúde”, contou à agência Reuters.