Nove feridos e situação "muito complicada" no incêndio em Monchique
Estão 545 bombeiros, apoiados por 163 veículos, combatem as chamas.
Um incêndio de grandes dimensões e com duas frentes activas deflagrou no início da tarde desta sexta-feira numa zona de mato, em Monchique, no distrito de Faro. No início da noite, estavam 545 operacionais, 163 veículos no local a combater as chamas e prevê-se que os bombeiros irão ter uma "noite complicada" no local, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
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Um incêndio de grandes dimensões e com duas frentes activas deflagrou no início da tarde desta sexta-feira numa zona de mato, em Monchique, no distrito de Faro. No início da noite, estavam 545 operacionais, 163 veículos no local a combater as chamas e prevê-se que os bombeiros irão ter uma "noite complicada" no local, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
Há registo de nove feridos ligeiros, oito bombeiros e um operacional da agência florestal Afocelca, devido a situações de "exaustão e insolação" relacionadas com "o esforço e as elevadas temperaturas que se fazem sentir", informou Abel Gomes, porta-voz da da ANPC, numa conferência de imprensa ao final do dia.
O incêndio obrigou à retirada de habitantes do sítio das Taipas, a sul da Perna da Negra e Foz do Carvalhoso. "São zonas pouco habitadas e estamos a falar de muito poucas pessoas", acrescenta Abel Gomes. Foram retiradas como "medida preventiva". Até ao momento, o fogo não ameaça casas de habitação — arderam apenas algumas infra-estruturas de "apoio agrícola".
Os moradores do sítio de Taipas e da Foz do Carvalhoso, obrigados a abandonar as suas casas, terão de pernoitar numa escola de Monchique.
A situação é "complexa", afirma o porta-voz dos bombeiros: os "declives acentuados" e os "difíceis acessos" associam-se ao "vento forte no local" e às altas temperaturas para alimentar um incêndio com duas frentes que não dá descanso. Os matos e eucaliptos servem de combustível a um incêndio que já começou "explosivo": "Quando os meios chegaram ao local o incêndio já tinha grandes dimensões." O alerta chegou às 13h30 e desde então já arderam cerca de 400 hectares.
Ao cair da noite, o incêndio mantém duas frentes activas, uma delas com maior actividade. A noite obriga também os meios aéreos a voltar para terra, mas os bombeiros no local irão receber reforços de outras partes do Algarve. Ainda assim, "vai ser uma noite muito difícil e de muito trabalho", afirma o porta-voz da Protecção Civil.
Já nesta quinta-feira, uma zona rural do concelho de Monchique foi atingida por um incêndio, dominado cerca de duas horas mais tarde.
Há 11 distritos de Portugal continental em alerta vermelho por causa das elevadas temperaturas e assim se irão manter até ao início da tarde de domingo. A Protecção Civil também estendeu o estado de Alerta Especial a 11 distritos: Évora, Setúbal, Lisboa, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Viseu, Guarda e Bragança. Faro e Beja já estavam em alerta vermelho desde quinta-feira.
Este ano, o dispositivo de combate a fogos florestais engloba 56 meios aéreos (incluindo um na Madeira), cerca de 11 mil operacionais e mais de 3000 meios terrestres (nomeadamente viaturas).
Também em Mirandela, na freguesia de Caravelas, lavra, desde as 13h50, um incêndio que está a mobilizar 118 operacionais, 40 meios terrestres e três meios aéreos. "O combate às chamas está a decorrer favoravelmente e o incêndio está a ceder aos meios que se encontram no terreno ", disse à Lusa o comandante operacional distrital do Comando Distrital de Operações de Socorro de Bragança (CODIS), Noel Afonso.
Por volta das 23h30 desta sexta-feira, e de acordo com a ANPC, estavam em curso quatro incêndios rurais em território nacional, que mobilizam 588 operacionais e 173 meios terrestres. Há um incêndio em fase de resolução e 16 em fase de conclusão. Ao todo, estas ocorrências estão a mobilizar 731 operacionais, apoiados por 216 meios terrestres.