Educadores de infância estão entre os mais velhos da classe docente

Últimos dados da DGEEC dão conta que 45% dos professores em exercício têm 50 ou mais anos. Há 17 anos esta proporção estava nos 18,3%.

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Devido ao envelhecimento da classe docente, actualmente há 12 mil professores com baixas médicas prolongadas Jornal Publico

Quase metade dos educadores de infância que estão no activo têm 50 anos de idade ou mais, o que faz deles o segundo grupo mais envelhecido da classe docente. Este é um dos retratos apresentados pela Direcção-Geral da Educação e Ciência (DGEEC) na sua publicação anual Educação em Números, que foi recentemente divulgada.

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Quase metade dos educadores de infância que estão no activo têm 50 anos de idade ou mais, o que faz deles o segundo grupo mais envelhecido da classe docente. Este é um dos retratos apresentados pela Direcção-Geral da Educação e Ciência (DGEEC) na sua publicação anual Educação em Números, que foi recentemente divulgada.

O envelhecimento da classe docente em Portugal, que em média é maior do que a registada nos outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), tem sido apontado por investigadores e sindicatos como um dos principais problemas da educação.

Os dados da DGEEC mostram que a percentagem de educadores de infância com 50 ou mais anos de idade passou de 7,6% em 2000/2001 para 48,8% em 2016/2017. É o maior aumento registado neste período, mas em todos os ciclos de escolaridade o peso daquele grupo etário teve um crescimento significativo: no 1.º ciclo passou de 20,8% para 35,6%; no 2.º ciclo de 24,5% para 49,6% (é este o grupo mais velho); e no 3.º ciclo e secundário, que é mais numeroso, subiu de 15% para 45,2%.

No conjunto dos docentes do ensino não superior a proporção dos que têm 50 ou mais anos de idade passou de 18,3% para 45%, enquanto em sentido inverso o peso dos professores com menos de 30 anos desceu de 17% para 1,65%. No 3.º ciclo e secundário só 0,8% estão neste grupo.

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Impacto nas escolas

Esta é uma situação que tem um forte impacto nas escolas e no orçamento para a educação. O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, já alertou para o alargamento do fosso geracional entre professores e alunos, o que pode colocar novos obstáculos à relação na sala de aula. “A diferença etária entre alunos e docentes é cada vez maior e isso não é bom”, disse.

Por outro lado, segundo a Federação Nacional de Professores (Fenprof), é o envelhecimento da classe docente que está na base de actualmente existirem 12 mil professores do quadro com baixas médicas prolongadas, que têm de ser substituídos por outros a contrato. O que tem levado nos últimos dois anos a um aumento do número de professores.

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Como quase metade dos professores do quadro têm 50 anos ou mais isto significa também que dão menos de 22 horas de aulas por semana, que é o tempo normal, já que nos termos do Estatuto da Carreira Docente têm uma redução de duas a oito horas na chamada componente lectiva. Por isso estes tempos têm de assegurados por outros professores.

Num estudo que fez para o Conselho Nacional da Educação, a investigadora Isabel Flores lembrou também de que, devido à idade média do corpo docente, nos próximos 15 anos deverão reformar-se cerca de 30 mil professores.

Os últimos dados divulgados pela DGEEC dão conta ainda que no ano passado existiam menos cerca de 30 mil professores nas escolas do que em 2000/2001. O número total de docentes passou de 145.098 para 115.218.

A principal redução deu-se entre os professores do quadro, cujo número desceu, em 17 anos, de 119.663 para 92.344. Este último valor deverá subir já no próximo ano para cerca de 100 mil dada a entrada na carreira de mais sete mil docentes (cerca de 3500 em 2017/2018 e outros tantos em 2018/2019).